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Preview GP da Itália – Pneus, horários e um pouco sobre Monza

O GP da Itália que será disputado neste fim de semana fecha a rodada tripla que começou lá no GP da Bélgica – marcando o retorno da Fórmula 1. E depois de tudo o que aconteceu no mercado de pilotos nos últimos dias, além de todas as notícias que ainda são esperadas para está parte final do calendário, parece que o GP da Bélgica e até mesmo o GP da Holanda aconteceram há muito mais tempo.

George Russell está definido, assim como o destino de Valtteri Bottas, a dupla da Williams e AlphaTauri já foram confirmadas. Pérez renovou o contrato com a Red Bull e no fim existe pouca coisa para ser de fato resolvida. Se ainda não saiu – no momento que você está lendo esse texto – resta saber quem será o companheiro de Bottas na Alfa Romeo.

O campeonato

Max Verstappen reassumiu a liderança do campeonato após o GP da Holanda, agora na Itália é esperada uma boa atuação da equipe, mas todos estão correndo por definição. A Red Bull tenta recuperar a liderança do Campeonato de Construtores.

No entanto em Monza é muito comum as equipes realizarem trocas de motor e não podemos descartar essa possibilidade para a Red Bull, ainda resta uma longa caminhada até o encerramento da temporada em Abu Dhabi, isso se a categoria conseguir realizar todos os eventos que pretende. De qualquer forma, na Holanda Pérez passou pela troca do motor, introduzindo novos componentes.

A Ferrari está correndo em casa e vale dizer que eles reassumiram a terceira posição do Campeonato de Construtores. Portanto, este é o momento para tentar adquirir mais alguns pontos, mas na questão dos motores, a equipe italiana está da mesma forma, se eles introduzirem a quarta unidade de potência – aquela com atualização – serão punidos.

Pelas características do circuito, o motor é uma questão preocupante.

Na Itália mais uma vez – Características de Monza

GP da Itália contará com torcida nesta temporada – Foto: reprodução

Desde o início da pandemia de Covid-19, a Fórmula 1 realizou quatro corridas na Itália, além desta ser a segunda prova em Monza. No ano passado a categoria realizou provas em Mugello e Ímola, para compor o seu calendário.

Os Tifosi devem estar ansiosos para acompanhar uma corrida, pois uma boa prova na Itália se faz com público.

Monza é um circuito veloz, está na Fórmula 1 desde 1950, mas já passou por diversas modificações. O circuito é composto por trechos variados, com retas longas e planas, que permitem o piloto manter praticamente a aceleração plena por metade da volta. O traçado também é técnico e cobra a habilidade dos pilotos principalmente em seus trechos mais lentos.

Os times trabalham com o pacote aerodinâmico de baixo downforce, para minimizar o arrasto e assim obter mais velocidade nas retas.

As temperaturas altas que podem marcar o fim de semana, acabam auxiliando na obtenção do calor necessário para os pneus, mas os pilotos vão enfrentar 53 voltas, completando as suas voltas em um circuito que possuí 5.793 KM, com 11 curvas.

Os pneus escolhidos para o GP da Itália são os mesmos compostos utilizados nos últimos dois anos, desta forma a Pirelli vai fornecer o C2 (Duro – Faixa Branca), C3 (Médio – Faixa Amarela) e o C4 (Macio – Faixa Vermelha).

Pneus GP da Itália – Foto: reprodução Ale Ranieri/BP

Monza é a segunda corrida no ano que vai receber o formato da Sprint Qualifying como teste, onde o formato da distribuição dos pneus acaba mudando um pouco, cada time terá doze conjuntos de pneus para usar, sendo 2 de faixa branca, 4 de faixa amarela e 6 médios. Além disso os times contam com 3 pneus para chuva extrema (faixa azul) e seis intermediários (faixa verde).

Durante a classificação que será realizada na sexta-feira depois do primeiro treino livro, os times só podem trabalhar com os pneus macios. Na Sprint Qualifying disputada no sábado, as equipes podem escolher os pneus para correr, não necessitando realizar uma parada nos boxes. No domingo a escolha dos pneus é livre, mas a parada é obrigatória.

O último ano, uma nova história

Pódio no GP da Itália, a concretização de um sonho com a primeira vitória - Foto: Red Bull Racing
Pódio no GP da Itália, a concretização de um sonho com a primeira vitória – Foto: Red Bull Racing

A temporada passada reservou algumas surpresas como a vitória de Pierre Gasly no GP da Itália, uma pena a torcida não estar no autódromo, pois a AlphaTauri puxou o hino italiano com a vitória do piloto francês.

A Mercedes tinha fechado a primeira fila com Lewis Hamilton e Valtteri Bottas, mas o finlandês teve uma largada péssima e foi ultrapassado. A corrida seguiu e o primeiro Safety Car foi provocado por Kevin Magnussen que ficou parado na entrada do Pit-lane, desta forma, Lewis Hamilton e Antonio Giovinazzi foram para os boxes, mas o pit foi fechado e os dois receberam uma penalização de dez segundos.

Com a aproximação do encerramento do Safety Car, o pit-lane foi liberado e os pilotos partiram para a troca, mas ninguém poderia imaginar que na liberação da corrida, o Safety Car teria que retornar para a pista pois Charles Leclerc bateu forte na curva 11, depois de perder a traseira do carro. A prova foi paralisada, para que o carro do monegasco fosse retirado da pista.

No pit-lane os times aproveitaram o momento para fazer reparos, Lance Stroll que não tinha realizado nenhuma parada, mas tinha ganhado posições trocou os pneus.

Os pilotos foram reposicionados no grid, para a segunda largada da corrida, Gasly era o segundo colocado, mas pressionou o piloto da Mercedes. Pouco depois o inglês se dirigiu para os boxes cumprindo a punição, mas retornou no final do pelotão, precisando realizar uma corrida de recuperação.

LEIA MAIS: Volta por Volta – A Primeira Vitória de Pierre Gasly

Gasly assumiu a dianteira, a dupla da Alfa Romeo ocupava as primeiras posições, mas Giovinazzi também tinha uma punição para cumprir. O carro de Raikkonen não era páreo, desta forma Carlos Sainz obteve a segunda posição, o finlandês também foi ultrapassado por Lance Stroll.

A corrida foi encerrada com Pierre Gasly no pódio conquistando a sua primeira vitória, acompanhado do piloto espanhol da McLaren e também pelo canadense da Racing Point. Hamilton ainda se recuperou para terminar a corrida em sétimo. Pilotos como Verstappen, Leclerc, Magnussen e Vettel não completaram a prova.

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Um pouco sobre o passado

O GP da Itália, assim como a prova de Mônaco e na Bélgica, marca a história da Fórmula 1, são as únicas corridas que permanecem no calendário da Fórmula 1 desde que a categoria realizou a sua estreia em 1950. Obviamente os italianos, assim como outros povos têm relatos de corridas realizadas muito antes da categoria surgir.

O Autódromo Nazionale Monza teve suas obras concluídas em 1922, se tornando o terceiro autódromo permanente no mundo, pois naquele momento da história apenas Booklands na Inglaterra e Indianápolis nos Estados Unidos existiam. Em seu nascimento Monza comportava um traçado misto e oval, sendo rápido – uma característica que foi preservada até hoje.

A Itália teve outros circuitos que receberam corridas da Fórmula 1, mas a prova disputada em Ímola depois de 1980 receberam um título honorifico, conhecido como GP de San Marino, o nome é por conta de ser uma das repúblicas mais antigas do mundo, San Marino é um dos microestados assim como Vaticano e Mônaco.

A pista passou por diversas alterações ao longo dos anos, em 1954 novas instalações foram terminadas e dentre elas estava o muro de contenção, a Parabólica foi construída no lugar das duas curvas que tinham o ângulo de 90° graus e faziam parte dos 10 km de traçado.

Von Trips atinge o barranco, antes se ser lançado em direção ao público – Foto: reprodução

Em alguns anos como em 1957 a 1960 a parte oval deixou de ser usada, mas em 1961 decidiram que ela faria parte da disputa e viu mais um acidente acontecer. Os dois pilotos da Ferrari, Hill e o alemão Wolfgang von Trips entraram na corrida com grandes chances de vencer. Na largada Von Trips perdia a liderança para Hill e outros dois competidores, enquanto isso Jim Clark ganhava posições. Os carros chegaram na Parabólica, Clark e Von Trips estavam lado a lado, quando se tocaram roda com roda e o piloto alemão foi lançado para cima dos espectadores, o piloto e 14 pessoas morrem. No entanto a corrida não foi encerrada e Hill acabou vencendo a prova. Supostamente ela não foi encerrada, para ajudar no trabalho de resgate dos feridos, o que não faz sentido algum.

Em 1962 o circuito oval deixou de ser utilizado pela Fórmula 1 e nunca mais voltou para a competição.

Monza não recebeu a Fórmula 1 apenas em 1980, quando a corrida foi disputada em Ímola.

Horários do GP da Itália de 2021, com a Sprint Qualifying

Pneus GP da Itália – Foto: reprodução Ale Ranieri/BP

Fórmula 2 

A Fórmula 2 retorna neste fim de semana após a última prova ser disputada em Silverstone, quando a Fórmula 1 também estava testando a Sprint Qualifying. A categoria sofreu algumas alterações de pilotos até aqui, mas vamos atualizar vocês com as novidades, acompanhe o site e a live de hoje às 20h15.

GP da Itália de Fórmula 2 – Foto: reprodução Ale Ranieri/BP

 

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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