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Pourchaire faz balanço após estreia em Long Beach e aborda futuro na Indy

Após primeira corrida disputada com a McLaren, Pourchaire fala sobre as lições aprendidas na sua estreia na Indy, além de encarar a Indy como uma opção para o futuro. No entanto o piloto não nega o seu desejo de ainda correr na Fórmula 1

Neste último fim de semana em Long Beach, Théo Pourchaire realizou a sua estreia na Indy correndo com a McLaren. O francês fez uma boa prova com a equipe, terminando a corrida na 11ª posição, logo atrás de Alexander Rossi.

Théo ganhou essa oportunidade, pois David Malukas que é o piloto titular da equipe, está afastado enquanto se recupera de um acidente que aconteceu antes do início da temporada 2024. O piloto rompeu o ligamento do pulso e passou por uma cirurgia, mas que está demandando um longo período de recuperação e inviabilizou o piloto de cumprir as suas obrigações com a McLaren.

O time por sua vez, conta com três carros na Indy, mas optou por não deixar um dos equipamentos parados. Na primeira etapa disputada em St. Pete, Callum Ilott guiou o carro nº6 da equipe, enquanto Pourchaire foi chamado para acompanhar a equipe em Long Beach, na segunda etapa válida para o campeonato e ganhou a oportunidade de estar mais uma vez no carro na etapa do Alabama.

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Às vésperas de disputar a sua segunda prova na Indy, Pourchaire participou de uma coletiva e contou um pouco da sua primeira experiência na categoria.

“Em primeiro lugar, estou muito feliz com a forma como foi o fim de semana em Long Beach. Foi o meu primeiro fim de semana em uma prova da Indy e eu estava descobrindo o carro na sexta-feira. Cheguei lá há duas semanas, quando a equipe me chamou para guiar por eles em Long Beach, mas ainda eram pessoas novas para mim, engenheiros, mecânicos e todas as pessoas que trabalham no time”, revelou Pourchaire.

“Então foi bom. Foi um ótimo fim de semana no geral. Estou feliz com o meu desempenho e com a performance da equipe na corrida”, seguiu.

Théo Pourchaire realizou a sua estreia na Indy com a McLaren correndo em Long Beach e retornará ao carro nº6 na etapa do Alabama – Foto: reprodução Indy Car

Pourchaire começou a prova ocupando a 22ª posição, após uma classificação complicada para a McLaren e o seus três competidores. Pato O’Ward teve a corrida prejudicada após se envolver em um incidente com Rossi, desta forma restou aos outros dois competidores com um desempenho melhor para representar o time, buscando um bom resultado na segunda etapa do calendário.

Pourchaire mencionou que tem ficado mais confortável no carro e foi importante realizar uma prova longa como em Long Beach. O fato de ter feito uma boa prova em sua estreia também deixou o competidor mais tranquilo.

O francês ainda revelou: “Não cometi grandes erros. Acho que toquei no muro umas duas vezes, mas só estava tentando chegar no limite do carro. Tenho uma ótima equipe ao redor, eles estão me ajudando muito. Então espero continuar assim em Barber [MotorSports Park], ainda tenho muito para aprender.

Acostumado com as corridas de categorias europeias, Pourchaire pode vivenciar a experiência que é correr na Indy. Os pit-stops da categoria envolvem não apenas a troca de pneus, mas o reabastecimento do carro, o piloto destacou isso em sua fala sendo mais específico sobre o que aprendeu com a Indy neste primeiro evento.

“Foi muito difícil, alguns pit-stops, a estratégia forte e também a economia de combustível para mim foi algo novo, então não foi fácil aprender, mas no final acho que me adaptei rapidamente para esta categoria”, comentou.

Neste fim de semana a categoria já enfrenta um novo desafio, a prova será disputada no Circuito Permanente no Alabama, sendo um desafio completamente novo. Pourchaire fez simulador, além de assistir algumas on boards para se preparar para a prova. O circuito será mais exigente por conta das curvas, lembrando mais os traçados permanentes europeus.

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Théo tem contado com a ajuda e Tony Kanaan que se tornou consultou da McLaren na Indy. O brasileiro passou a auxiliar os pilotos da equipe, após disputar a sua última Indy 500 com a McLaren, guiando o quarto carro da equipe na prova do ano passado.

“Tony é um piloto talentoso, experiente, ele ganhou muitas corridas. Ele tem me ajudado no simulador, a observar as câmeras on board, dizendo o que fazer e evitar em Long Beach. Ele também vai me ajudar em Barber, porque ele já guiou lá e com certeza tem experiência. O Tony é uma pessoa muito legal, ele é um amigo agora e é superimportante para mim tê-lo, estamos sempre juntos, então é bom estar com ele”, comentou o francês.

Pourchaire conta sobre Tony Kanaan e impacto do brasileiro em sua estreia na Indy Car – Foto: reprodução

O brasileiro foi campeão da Indy em 2004 e vencedor das 500 Milhas de Indianápolis em 2013. Retornou a categoria no início de 2024 para contribuir com o projeto da McLaren, por conta de sua experiência na categoria.

Pourchaire foi campeão da Fórmula 2 em 2023, mas o piloto não conseguiu uma vaga na Fórmula 1. O francês segue atuando como piloto reserva da Sauber, mas não sabe quando terá uma oportunidade na categoria. Para se manter ativo, Pourchaire entrou para a Super Fórmula Japonesa e abraçou a oportunidade de correr na Indy e conhecer mais sobre a categoria.

“Eu estava esperando uma corrida na F1 com a Sauber, infelizmente não pude ir para a categoria. Fui para a Super Fórmula, que é uma ótima categoria, sendo uma opção para mim. A Indy é ótima; E por que não? Por que não vir aqui em tempo integral no futuro? É uma opção”, comentou Pourchaire.

Perguntado quanto tempo poderia esperar pela Fórmula 1, tendo em vista a dificuldade para se obter uma vaga na categoria, o francês respondeu: “Sinto que tenho muito tempo pela frente, às vezes as pessoas podem esquecer isso. Mas tenho apenas 20 anos. Sou o campeão da F2, o que é ótimo, mas eu quero mais, quero vencer campeonatos. Se eu conseguir vencer um dia o campeonato o Indy. Meu sonho também é ser campeão mundial de F1. Esse é o sonho de todos, mas eu tenho algumas possibilidades e ainda tempo pela frente”.

A Indy tem se tornando uma categoria importante para os pilotos que estão em formação na Fórmula 2, por conta das vagas limitadas na Fórmula 1 e a falta de renovação do grid.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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