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Preview do GP da Holanda – O retorno das férias em Zandvoort

A Fórmula 1 retoma a disputa do Campeonato com a prova acontecendo em Zanvoort, um circuito que não é esperada muita ação, mas uma batalha estratégica

A Fórmula 1 retorna neste fim de semana após a tradicional pausa para o verão. A corrida será realizada na Holanda, no circuito de Zandvoort. O traçado voltou a receber a categoria em 2021 e tem sido palco da presença marcantes dos fãs de Max Verstappen.

Zandvoort é um dos circuitos permanentes que oferece um grande desafio para os competidores. O traçado exige que o competidor realize uma boa classificação, pois é difícil realizar ultrapassagens ao longo da prova. A estratégia é o que movimenta realmente a corrida, mas vamos falar sobre ela logo mais.

A Red Bull é a líder soberana do Mundial de Construtores. Apresentando um grande desempenho desde o início da temporada, o time austríaco venceu todas as corridas que foram realizadas até agora. No momento eles não contam com adversários e é fácil acreditar que a Red Bull vencerá todas as corridas do calendário. Max Verstappen também tem vivido um momento de dominância e depois de vencer os GPs de 2021 e 20211 da Holanda, é possível que o piloto da casa consiga embolsar um resultado semelhante.

Verstappen vem desfrutando de um bom trabalho realizado pela Red Bull. Além da confiabilidade apresentada pelo equipamento, o seu jeito de guiar casou muito com o conceito do carro, o holandês tem tirado tudo e andado no limite.

Red Bull continua com desempenho soberado depois do retorno das férias? – Foto: reprodução Red Bull
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Por mais que Sergio Pérez não esteja no mesmo patamar de Verstappen, o piloto tem um bom equipamento para lutar pela vice-liderança do Campeonato. No entanto, os outros times também estão com sede para mostrar um bom resultado nestas dez etapas que restam para completar a temporada 2023.

Neste fim de semana os competidores vão enfrentar a segunda pista mais curta do calendário, o traçado conta com apenas 4.259 km. No domingo os pilotos vão disputar 72 voltas, em um layout que conta com 14 curvas, quatro à esquerda e 10 à direita. Zandvoort não é comporto por retas muito longas, desta forma ao longo do percurso, os pilotos se concentram principalmente em realizar as curvas da melhor forma possível.

Guiar em Zandvoort se torna desafiador, não apenas pelas curvas inclinadas, mas pela quantidade de areia presente na pista, já que o circuito fica próximo de uma região costeira. Para completar a constante mudança da direção do vento pode prejudicar a volta dos pilotos. É fácil perder o controle dos carros ao longo das sessões e os pilotos precisam ficar ainda mais atentos ao longo da prova. Apenas 55% do tempo total da volta é gasto em aceleração plena.

Circuito de Zandvoort – Foto: reprodução F1

A pista de Zandvoort foi modernizada, mudou muito desde a primeira vez que a Fórmula 1 disputou uma corrida por lá em 1952 ou sua última passagem em 1985. No entanto, algo que eles conseguiram preservar muito bem até hoje foi o seu desafio, Zandvoort é um circuito veloz e com curvas inclinadas.

O traçado também conta com aquele jeito ‘old school’, com a brita delimitando a pista. Para a corrida deste ano, o circuito está utilizando uma brita ‘falsa’, tentando reduzir os riscos de bandeira vermelha. No ano passado a brita foi um problema, pois os carros atacavam a zebra e quando os carros deixavam um pouco o traçado, levavam com eles a sujeira para o traçado.

A curva 12 conta com uma área com cerca de um metro de largura, onde a brita foi envolvida com um tipo de resina, que deixa aquela área sólida. Os pilotos quando atingirem aquele ponto, sabem que não podem ir além e provavelmente vão evitar mais o trecho com brita, assim como aconteceu em 2022.

A pista possuí curvas rápidas e fluidas, além de ondulações pelo traçado, se tornando um desafio único para os pilotos. Zandvoort se provou ser um desafio para a realização de ultrapassagens, pois os pilotos precisam negociá-las em curvas, desta forma a reta principal seria a melhor oportunidade para ganhar posições. Podemos ver novamente, assim como na Bélgica, um trenzinho formado pela utilização do DRS, desta forma se classificar bem é muito importante.

As curvas 13 e 14 fazem parte do último trecho do traçado, mas também é uma parte do traçado inclinada em 18 graus e isso acaba colocando uma certa dificuldade para gerir os pneus, por conta das forças laterais que acabam atuando neles.

O pit-lane em Zandvoort é um dos mais curtos da temporada, e o limite de velocidade nele é reduzido para os 60 km/h. Em 2021 os times foram instruídos a não realizar pit-stops duplos, pois atrapalharia o fluxo do pit-lane.

PNEUS

A Pirelli novamente trabalhará com a gama mais dura de pneus para o GP da Holanda, sendo eles: C1 (duro – faixa branca), C2 (médio – faixa amarela) e C3 (macio – faixa vermelha). A pequena alteração é que o pneu C1 de 2023 é um pouco mais macio do que o usado no ano passado.

A estratégia vencedora de 2021 contou com duas paradas, em 2022 passagens nos boxes para a troca de pneus foi a escolha de grande parte do pelotão. Durante a prova do ano passado, o Safety Car surgiu na pista, estimulando a troca adicional. Max Verstappen faturou a vitória nas duas ocasiões, apresentando o melhor desempenho.

Por conta das características do circuito, a Pirelli acaba trabalhando com os pneus da gama dura de pneus, pois essa pista tem um nível alto de stress para os pneus. O nível de abrasividade é intermediário, desta forma é possível trabalhar com os pneus macios dessa seleção ao longo da corrida. No entanto, as forças laterais atuam nos compostos.

Pneus que serão usados ao longo do GP da Holanda – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock
Horários definidos para o GP da Holanda – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock

Fórmula 2

A Fórmula 2 retorna neste fim de semana junto com a Fórmula 1 para a realização da 11ª etapa do calendário. O duelo pelo título da temporada segue bem intenso e agora os pilotos tem apenas mais três etapas para perseguir o sonho de se tornar campeão na categoria de base.

Na rodada realizada na Bélgica, Pourchaire terminou as duas corridas do fim de semana faturando a segunda posição, enquanto Frederik Vesti e Ayumu Iwasa abandonaram a prova principal do fim de semana.

Jack Doohan que venceu as corridas principais na Hungria e Bélgica, agora conta com 130 pontos, contra 135 de Iwasa e 134 de Vesti. A recuperação do piloto da Virtuosi chamou a atenção, destaque para o crescimento nas últimas etapas antes das férias. Doohan também era um destaque de 2022, mas ficou apagado durante as primeiras etapas desta temporada.

A F2 vai seguir com a F1 para Monza, na Itália, realizando a sua penúltima etapa do calendário, antes de retornar no final de novembro para disputar a última rodada.

Horários / programação da Fórmula 2 na Holanda – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock
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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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