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Pirelli tenta promover um agito na prova, mas falha. Estratégia de Hamilton é o destaque do GP do México

Max Verstappen venceu o GP do México realizando uma corrida segura, mas desta vez, foi a Mercedes que conseguiu trabalhar melhor para levar o inglês ao pódio

O GP do México foi a segunda disputa em meio a uma rodada tripla. A prova terminou com vitória de Max Verstappen, depois do holandês começar a corrida ocupando a terceira posição. Essa é a 16ª vitória do holandês na temporada 2023, além de ser a 51ª da carreira. O pódio do GP do México foi formado ainda por Hamilton e Leclerc.

Verstappen completou a primeira curva à frente de Charles Leclerc e depois disparou na ponta. O único momento que Verstappen perdeu a liderança, ocorreu quando a primeira rodada de pit-stops era realizada, pois a dupla da Ferrari, assim como Lewis Hamilton levaram mais algumas voltas antes de cumprir com a parada obrigatória.

Depois de começar a prova na pole, Leclerc ainda pode celebrar um pódio neste fim de semana. Em uma corrida estratégica, a Ferrari fez o possível para obter um bom resultado. O ritmo de Hamilton foi forte no final da prova e o monegasco não pode evitar a ultrapassagem do inglês.

Foi um fim de semana complicado para os pneus. A Pirelli optou por mudar a gama de pneus para essa edição do GP do México: no ano passado os pilotos usaram a gama intermediária, enquanto neste ano a gama macia foi a adotada.

A performances dos pneus durante o GP do México – Foto: reprodução Pirelli

Os pneus da rodada

A mudança realizada pela fornecedora de pneus foi voltada para melhorar as estratégias da corrida e proporcionar uma prova mais dinâmica, com as equipes até trabalhando com duas paradas. No entanto, o tiro saiu pela culatra.

Essas são as estratégias do GP do México em 2023 – Foto: reprodução Pirelli

Basicamente as equipes tentaram repetir o que foi trabalhado no ano passado. O C3 usado neste ano como pneu duro, era o C3 usado como pneu médio no ano passado. O C4 que se apresentou em 2022 como o pneu macio, foi o composto médio nesta etapa.

Os times tentaram repetir a estratégia baseada em apenas uma parada, só que desta vez eliminando a utilização dos compostos macios. Novamente, a atuação do C4 foi a melhor neste circuito e permaneceu uma ação mais equilibrada no final da prova. Mesmo mudando a gama de compostos neste ano, a Pirelli não conseguiu o efeito desejado.

Com três treinos livres disponíveis, vários testes foram realizados ao longo do fim de semana e vários pneus foram ‘queimados’ ao longo das sessões. Foi algo que até chamou a atenção, pois na sexta-feira do GP, os competidores contavam com dois jogos adicionais do pneu C4 (protótipo) que estava sendo avaliado para o próximo ano. Não tinha muita necessidade de limitar a quantidade de pneus disponíveis no domingo.

Mesmo não sendo um asfalto abrasivo, os carros não estavam se comportando bem com os pneus macios. Na simulação de classificação, os pneus só conseguiam entregar uma boa performance para a volta rápida, em um giro. Com a durabilidade baixa ele seria praticamente descartado para a prova.

Apenas Lando Norris utilizou os pneus macios e foi por pouco tempo. O britânico que largou do final do pelotão após uma classificação ruim, contou com os pneus macios para tentar realizar uma boa largada e faturar algumas posições. No entanto, Norris não encontrou o desempenho esperado e realizou a sua primeira parada na 11ª volta. O britânico aproveitou o Safety Car que pintou na pista após o acidente de Kevin Magnussen para realizar a sua segunda parada a instalar os pneus médios, seguindo com eles até o final da prova.

Estratégias trabalhadas durante o GP do México – Foto: reprodução Pirelli

Aqui é interessante observar que os pneus médios se tornaram o composto com a melhor entrega de performance do fim de semana. Eles ofereciam uma boa durabilidade e os competidores contavam com mais ritmo quando estavam trabalhando com eles. Esse composto foi essencial para a escalada de Lewis Hamilton que faturou a segunda posição, depois de começar a prova da sexta posição. O inglês completou apenas 10 voltas com os pneus duros e aproveitou o período de bandeira vermelha na volta 35 para retornar aos pneus médios e encerrar a prova usando esse composto.

Sem retornar aos boxes, mas após estabelecer uma boa diferença para os adversários, Hamilton ainda conseguiu faturar o ponto da volta mais rápida, pelo desempenho que apresentou no final da prova com esse composto.

Ainda é interessante destacar sobre o ritmo de Hamilton, pois o piloto superou Sainz em pista, antes da sua primeira parada ser realizada. O competidor poderia ir até o final da prova usando os compostos duros, mas na segunda relargada, novamente os pneus médios eram uma melhor opção – por conta de aquecimento e aderência.

Incluindo Hamilton, oito pilotos concluíram a prova usando os pneus médios. Russell, Piastri, Hülkenberg e Sargeant concluíram a prova com a estratégia de duas paradas, baseado na utilização de um segundo pneu médio no final da prova. Hamilton, Russell e Piastri contavam com pneus médios usados para concluir a corrida.

As temperaturas altas completou um cenário complicado para os times. Além de prejudicar o gerenciamento dos compostos, as equipes precisavam ficar atentas também na temperatura dos freios e no potencial para os compostos passarem por um período de superaquecimento. As duas primeiras voltas após a saída dos boxes foi extremamente delicado, principalmente para os compostos duros – que estavam arrepiando por conta da granulação que era formada.

Hamilton chega a segunda posição por ter trabalhado de forma muito eficiente com os pneus médios e merece destaque pelo trabalho realizado em pista, bem como a estratégia escolhida pela equipe. Vale ressaltar esa performance, pois a Mercdes tem cometido alguns erros, em especial no pit-stop.

Para a dupla da Ferrari, restou trabalhar com os pneus duros até o final da prova. Os pilotos realizaram o primeiro stint usando os pneus médios novos que foram reservados pela Ferrari para a prova e contavam com um composto duro – esse foi utilizado no início do segundo stint para ir até o final. A dupla da Ferrari realizou a sua troca de pneus antes do período de Safety Car e bandeira vermelha, portanto, quando a prova foi reestabelecida, os competidores não passaram por uma nova troca de pneus e tiveram que seguir com os compostos duros.

Na batalha de pneus duros contra médios, a Ferrari acreditava ter uma vantagem quando comparados com Lewis Hamilton, mas o desempenho do adversário foi muito bom com os pneus médios. Hamilton desapareceu de vista, enquanto Leclerc e Sainz ficaram com o terceiro e quarto lugar, respectivamente.

Escolha de pneus para a largada do GP do México – Foto: reprodução Pirelli

George Russell contou com uma estratégia semelhante à de Lewis Hamilton, construída para que o piloto conquistasse posições e superasse a dupla da Ferrari. O piloto perdeu a janela ideal do pneu para superar Sainz, além de ficar preso em um duelo acirrado com o espanhol pelo quarto lugar. Russell além de comprometer os pneus, também enfrentou problema nos freios e precisou recuar para tentar faturar o quinto lugar. Porém, Lando Norris que estava realizando uma boa escalada superou o adversário britânico.

Alexander Albon e Esteban Ocon terminaram mais uma corrida entre os dez primeiros. Na estratégia desses dois pilotos, eles começaram a prova com os pneus duros, precisaram passar da volta 30 para instalar os compostos médios. Como mencionado, o rendimento com os pneus médios no final da prova foi superior aos compostos duros e os pilotos tiveram a oportunidade de batalhar pelos pontos.

Daniel Ricciardo, assim como a Ferrari, começou a prova com pneus médios e concluiu a corrida usando os pneus duros – os dois conjuntos eram de pneus novos.

Fernando Alonso e Lance Stroll só contavam com pneus macios novos. O único jogo de compostos médios e duros deixado para a corrida eram usados. Está foi uma prova que a dupla não concluiu, pois o seu desempenho era bem ruim em pista. Alonso se tornou uma presa fácil para os adversários.

A Red Bull construiu um fim de semana que era perfeito para Sergio Pérez, o time austríaco reservou dois jogos de pneus médios novos para o mexicano ter disponível na corrida, assim poderiam traçar a estratégia mais adequada depois que tivessem o resultado da classificação. Pérez tinha tudo para ter feito uma corrida brilhante, pois em estratégia a Red Bull estava segura, mas o piloto colocou tudo a perder no duelo com Charles Leclerc na primeira curva do Circuito Hermanos Rodríguez.

Pérez abandonou a prova, pois o seu carro ficou completamente avariado após o toque com Leclerc. O sidepod ficou comprometido, impossibilitando qualquer reparo imediato para proporcionar o retorno de Pérez ao traçado. A corrida do mexicano realmente foi definida na primeira curva.

A Fórmula 1 segue para o Brasil onde novamente o formato sprint estará em vigor – por conta do sucesso que o formato teve em Interlagos.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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