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Pautados por escolhas de configuração que dependem do objetivo da prova

Na publicação do preview do GP da Rússia, falei um pouco sobre as características de Sochi. É um traçado plano, com uma pista de baixa abrasividade, mas composta por curvas em ângulo de 90 graus, baixa velocidade e que acaba sendo sensível aos níveis de downforce.

O desafio em Sochi é combinar o conceito do carro, com os desafios que o circuito acaba acarretando, mas além disso, o time também precisa conhecer bem os seus pilotos e escolher a melhor configuração da asa traseira para possibilitar chances melhores para eles. Fora isso, existe toda uma avaliação com relação aos seus objetivos dentro da corrida. 

No texto publicado por Mark Hughes no site da Fórmula 1, ele faz uma análise completa das asas que foram usadas, assim como as escolhas que os times tiveram que fazer.

Tanto em Sochi, quanto em Baku, existe uma dificuldade para escolher a configuração ideal. O perfil do piloto precisa ser levado em consideração.

Antes da tempestade que caiu no sábado, os times aproveitaram a sexta-feira para fazer o reconhecimento de pista e trabalhar as configurações do carro. A Red Bull optou por realizar a troca do motor de Max Verstappen, forçando o piloto a largar da última posição, desta forma eles forcaram em formar de deixar o carro ideal para a realização de ultrapassagens.

A Red Bull instalou no carro de Sergio Pérez uma asa convencional de alta downforce, ajudando o piloto a obter voltas melhores pelo circuito de Sochi. No entanto, para Verstappen que estava começando a prova do final do pelotão, a prioridade era outra. O time austríaco até liberou Max para a pista com a asa usada no carro de Pérez, mas o holandês constatou que ele não conseguia realizar ultrapassagens, mesmo com a ativação do DRS.

Asas difentes testadas pela Red Bull na sexta-feira. Na parte superior temos a adotada por Verstappen e na parte inferior temos a usada por Sergio Pérez – Foto: reprodução F1

A Red Bull precisou fazer uma troca dessa asa traseira, adotando algo no estilo de Baku e SPA, apostando no baixo downforce. No entanto, apostar nessa configuração trouxe um desafio para Verstappen, o carro acaba saindo mais de frente, além de prejudicar o consumo dos pneus. O holandês largou com os pneus duros, mas parou na volta 26 – no mesmo giro em que Lewis Hamilton fez a sua parada com os pneus médios.

Com o decorrer da corrida, bem antes da chuva das às caras, mas na volta 37, Fernando Alonso conseguiu realizar a ultrapassagem em Verstappen, enquanto o piloto da Red Bull parecia que estava perdendo rendimento. Pois bem, neste momento os compostos do holandês estavam sofrendo com a granulação.

A Red Bull partiu para a Rússia sabendo que o carro da Mercedes tem um excelente desempenho em Sochi, portanto era uma corrida de contenção de danos, o que levou a equipe a aproveitar o momento para realizar a troca do motor do holandês

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Tanto a Mercedes quanto a McLaren partiram para o uso de uma asa com mais downforce. Hamilton e Bottas trabalharam com uma pequena variação na sexta-feira, mas a configuração adotada no carro de Bottas se mostrou mais eficiente, portanto, no sábado, Hamilton também estava com ela. Na McLaren, a asa ainda era um pouco maior do que a da Mercedes, entre Norris e Ricciardo também tiveram uma divergência com relação aos ângulos.

A parte superior tem a asa usada por Hamilton no domingo, enquanto a da parte inferir é a configuração testada na sexta-feira – Foto: reprodução F1

E essa ‘arte da configuração’ é algo que é necessita de precisão, pois estamos falando de uma categoria que lida com milésimos separando os competidores. Na classificação Hamilton bateu e danificou a asa dianteira, a equipe trocou e fez um pequeno ajuste, liberando o piloto para mais uma tentativa de voltas rápidas com os pneus macios. Durante a prova, na primeira parada nos boxes do inglês, a equipe faz novos ajustes quando ele troca de pneu. Tudo isso, alinhado ao momento certo de fazer as paradas e qual configuração usar (acerto de chuva, pista seca, clima), são fatores que vão determinar a posição do piloto na pista e com quem ele vai batalhar ao longo da prova.

Downforce: através de alguns ajustes e utilização de apêndices aerodinâmicos, os carros acabam ficando mais colados ao solo, por conta da passagem que o ar tem em toda a extensão do carro.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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