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Após mal-estar apresentado pelos pilotos, FIA análisa GP do Catar para previnir novos problemas

A FIA reconheceu os problemas do GP do Catar e vai buscar medidas para que pilotos não cheguem ao nível de exaustão do GP do Catar

Após a disputa das 57 voltas do GP do Catar, vários pilotos estavam apresentando um desgaste físico excessivo. As altas temperaturas e a baixa circulação de ar, além da umidade, colaboraram para que os pilotos se esforçassem muito na condução dos seus carros.

Os pilotos praticamente realizaram voltas de classificação durante toda a corrida, pois por conta das três paradas obrigatórias para concluir a prova (escolha para evitar estouros dos pneus), eles não precisavam poupar os compostos e poderiam imprimir um ritmo mais forte pelo traçado de Losail.

Esteban Ocon vomitou no capacete, Logan Sargeant não conseguiu conduzir o carro até a linha de chegada, pois apresentava sinais de desidratação e precisou abandonar a corrida antes do esperado. Alexander Albon, companheiro de Sargeant terminou a prova, mas foi levado ao centro médico no final da prova para ser tratado por “exposição aguda ao calor”, depois o tailandês foi liberado pela equipe médica.

Outros pilotos saíram carregados do carro, como foi o caso de Nico Hülkenberg. Lance Stroll deixou o carro se arrastando e foi pedir ajuda a equipe médica que estava na ambulância, mais tarde o canadense mencionou que estava lidando com apagões, desmaiando nas últimas 20 voltas da prova.

A situação toda foi alarmante, pois vai além da preparação física dos competidores. Durante o GP de Singapura, geralmente os pilotos acabam lidando com situações extremas e por mais que as temperaturas sejam altas no cockpit, os pilotos conseguem concluir a etapa sem chegar em uma situação tão alarmante como ocorreu no Catar.

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Em nota, após a prova realizada em Losail, a FIA prometeu avaliar a situação e tomar algumas medidas futuras.

“A FIA observa com preocupação que a temperatura e a umidade extremas durante o Grande Prêmio do Catar de 2023 tiveram um impacto no bem-estar dos pilotos. Embora sejam atletas de elite, não se deve esperar que compitam em condições que possam pôr em risco a sua saúde ou segurança. A operação segura dos carros é, em todos os momentos, da responsabilidade dos Concorrentes, no entanto, tal como acontece com outras questões relacionadas com a segurança, como a infraestrutura do circuito e os requisitos de segurança dos carros, a FIA tomará todas as medidas razoáveis ​​para estabelecer e comunicar parâmetros aceitáveis ​​nos quais Competições são realizadas”, comentou.

A primeira edição do GP do Catar não aconteceu desta forma, a prova até mesmo foi programada para ser disputada no final de novembro, quando as temperaturas são mais amenas na região.

A própria Copa do Mundo do Catar de 2022, foi programada para acontecer no final do ano, com o intuito de fornecer condições melhores para os competidores e o público.

“Como tal, a FIA iniciou uma análise da situação no Qatar para fornecer recomendações para futuras situações de condições meteorológicas extremas. De ver notado, que embora a edição do Grande Prémio do Catar do próximo ano esteja agendada para o final do ano, quando se espera que as temperaturas sejam mais baixas, a FIA prefere tomar medidas materiais agora para evitar uma repetição deste cenário”, seguiu em comunicado.

“Uma série de medidas serão discutidas na próxima reunião da comissão médica em Paris. As medidas podem incluir orientações para os competidores, pesquisas sobre modificações para um fluxo de ar mais eficiente no cockpit e recomendações para alterações no calendário para alinhamento com condições climáticas aceitáveis, entre outras. Aplicações de outras categorias, como eventos de cross-country em climas extremos, serão examinadas para possíveis aplicações em eventos de circuito. O compromisso da FIA com uma cooperação mais estreita entre os departamentos técnico, de segurança e médico, sob a liderança do Presidente da FIA, facilitará este processo.”

No podcast do Boletim do Paddock sobre o GP do Catar, comentamos algumas medidas que podem ser tomadas. Como melhorar a refrigeração dos carros, reduzir o número de voltas nesta prova, aumentar a quantidade de líquido que os pilotos podem levar. Também é possível a FIA pensar em medidas exclusivas para corridas no Catar ou Singapura, assim os competidores poderiam correr em segurança.

Difícil pensar em outros materiais para a vestimenta dos pilotos, pois elas precisam ser antichamas e eles precisam carregar todo esse equipamento ao longo das voltas, pois são itens de segurança.

Além das temperaturas no ambiente altas, o asfalto absorve muito caro, os carros também são uma fonte que elevam as temperaturas no cockpit. Fernando Alonso relatou ao longo da corrida o superaquecimento que estava sentindo no assento.

Correr na Fórmula 1 ainda é perigoso, mesmo com vários elementos que são usados para proteger os competidores. As temperaturas elevadas precisam ser levadas em consideração, pois podem provocar grandes acidentes, em caso de um piloto perder completamente a consciência no carro e acabar batendo.

Sargeant chegou em um nível bem complicado, pois o piloto mencionou que não gosta muito de se hidratar ao longo da corrida, acaba se preparando antes. Em algumas provas, as equipes precisaram eliminar o sistema de hidratação, pensando no peso e performance do carro, algo que é extremamente arriscado.

Em corridas como Singapura e Catar, mesmo se hidratar não é um tarefa tão simples, como as temperaturas dentro do carro estão altas, o líquido que os pilotos levam também sofre com as temperaturas e é como se eles estivessem ingerindo um chá, algo que não refresca e não melhora as condições do piloto.

A FIA vai estudar o que pode ser feito, lembrando que a Fórmula 1 estabeleceu um contrato de 10 anos (a partir de 2023) para realizar corridas no Catar.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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