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Williams enfrenta tempestade de problemas: batidas de Albon e Sargeant prejudicam desenvolvimento da temporada

As batidas que a Williams lidou nos últimos eventos custaram caro para a equipe, não sendo apenas um prejuízo financeiro

Parece que em um momento em que não se pode errar, uma sequência de problemas cruza o caminho. A Williams está passando por uma fase bem complicada e as batidas de Alexander Albon e Logan Sargeant evidenciam a fragilidade de um time que luta no final do pelotão

Na Austrália Alex Albon bateu durante o TL1 e danificou o chassi do seu carro. Na ocasião a Williams optou por passar o carro de Logan Sargeant para o tailandês por ele ter mais experiência e conseguir travar uma luta para levar pontos para o time de Grove. No entanto, o plano falhou e a Williams deixou a etapa sem pontos.

Seguindo para o Japão, a Williams disputou a prova sem o terceiro chassi disponível, desta forma Logan Sargeant permaneceu com o carro de Albon que foi recuperado. Albon por sua vez continuava com a máquina que era do companheiro de equipe.

Logo no TL1 Sargeant perdeu o controle do carro e encontrou a barreira de pneus, por mais que as imagens revelassem uma batida dura, o time conseguiu colocar o carro para rodar no sábado.

Dois carros em pista, o ideal era não correr muitos riscos, já que o terceiro chassi tem previsão para ser entregue apenas em Miami, no entanto, o GP do Japão não foi simples assim.

A Williams lidou com vários acidente na sequência e que vão impactar no restante da temporada da equipe – Foto: reprodução Williams

Alexander Albon conseguiu avançar para o Q2 e começou a corrida largando da 14ª posição. Em um circuito estreito, os primeiros colocados optaram por uma largada mais conservadora, mas o que realmente deu diferença foi o desempenho dos pneus. Yuki Tsunoda e Daniel Ricciardo começaram a corrida com os pneus médios, mas vários competidores que estavam atrás deles começaram a corrida com os pneus macios.

“Todos que começaram com os macios… bem, pelo menos os carros da frente com os médios pareciam estar bem, mas eu e Yuki tivemos um começo muito ruim com os médios e todos os carros atrás com os macios, nos alcançaram com bastante facilidade”, comentou Daniel Ricciardo sobre o incidente.

“Estávamos obviamente lutando por alguma aderência. Na curva 2 já havia melhorado um pouco, mas então me lembro de sair da curva 2 ainda com um pouco de falta de tração e lembro de um Aston à minha esquerda, então fiquei meio que observando aquele carro. Então quando comecei a me mover para entrar na 3, senti Alex. Eu o vi, ele saiu melhor na 2. Eu nem sei se ele queria estar lá, mas ele podia me ver meio que indo um pouco para o lado”, seguiu.

O resultado foi a “queda” dos pilotos da Racing Bulls, já que estavam com os pneus em uma janela de operação ainda não adequada e eles batalharam com os outros competidores que encontraram uma performance melhor. Ricciardo foi para a direita, buscando o traçado de corrida, mas quando optou por essa direção não viu que Albon estava na mesma trajetória.

O choque entre o australiano e tailandês ocorreu na terceira curva do circuito, com os dois sendo enviados para a barreira de pneus.

Os dois pilotos deixam o carro sem nenhum problema físico, mas a situação é frustrante para a Williams.

“Ele está obviamente mentalmente frustrado com o que aconteceu, mas fisicamente bem, é o que mais importa para mim”, comentou James Vowles, chefe de equipe da Williams.

O acidente foi checado pelos comissários que optaram por não tomar nenhuma decisão adicional.

“Eu não acho que Daniel me viu e então foi apenas um momento de aperto. Tentei recuar, mas não consegui sair do caminho com rapidez suficiente. Foi difícil de aceitar. Obviamente não estamos em uma boa posição como equipe com peças e apenas com danos gerais no carro”, comentou Albon.

O quão ruim foram os danos para a Williams?

O time ainda vai fazer uma verificação do carro, algumas fotos registraram os danos do equipamento, mas ele precisa retornar para a fábrica para passar por uma verificação completa e os reparos sejam realizados.

Em um primeiro momento a Williams acredita que é possível recuperar o equipamento.

O acidente da Williams na Austrália já foi um grande impacto para o time – Foto: reprodução Williams

Como já foi mencionado, a Williams ainda não conta com o terceiro chassi e a previsão da entrega é para o GP de Miami. Dependendo dos danos do carro, o time corre, sim, o risco de disputar o GP da China com apenas um carro.

Será necessário o time refazer as peças que foram entregues para Albon e Sargeant neste evento. Logan Sargeant estava com o novo pacote aerodinâmico em Suzuka, quando bateu no TL1 e isso forçou a Williams a voltar para as especificações antigas para que participasse do restante do evento.

Albon tinha o pacote aerodinâmico novo instalado no carro no domingo quando se chocou com Ricciardo. Grande parte dele ficou danificado no acidente.

“Infelizmente as atualizações que estava no carro, estão quebradas, então temos que reconstruir essas peças e seguir em frente novamente”, comentou Vowles.

A Williams enfrenta uma corrida contra o tempo, pois precisará repor essas peças, pensando em levá-las para o GP da China. São cerca de duas semanas até o próximo evento, mas os equipamentos chegam antes ao circuito, o que dá cerca de uma semana para o time se preparar para a próxima etapa.

O que se sabe até o momento é que a Williams terá ao menos um carro para o GP da China, o equipamento de Sargeant pode ser usado pela equipe. O norte-americano teve sorte ao evitar um dano maior depois daquela escapada durante a corrida, quando passou pela brita.

A análise inicial aponta que o carro de Albon também estará pronto para o próximo evento, mas ainda será necessária uma análise. No entanto, correr na China não significa que a Williams terá as atualizações disponíveis para implementar no carro neste evento.

Todas essas batidas geraram custos para a Williams e tem se tornando caro para o time gerir todos esses problemas. A perda das atualizações também pode impactar na entrega do terceiro chassi que deveria ficar pronto para Miami, mas pode chegar mais para a frente.

Enquanto o time recupera as peças, eles estão investindo na produção de uma das peças mais caras do carro, que é o terceiro chassi.

As batidas e as perdas de peças têm um impacto direto no restante da temporada da Williams, com os times limitados por um teto orçamentário, a equipe pode restringir ainda mais as atualizações que seriam fornecidas para o FW46, por consequência isso pode custar a conquista de pontos ao longo do campeonato. Até o momento o time segue zerado na tabela, com Sauber e Alpine.

“Acho que, em qualquer time, ter três grandes acidentes em que você praticamente perdeu todo o equipamento do carro, é enorme. Levando isso ao longo de uma temporada, você pode lidar com isso, mas fazer isso em apenas algumas corridas é difícil”, comentou Vowles.

“Estamos fabricando peças de reposição o mais rápido possível em segundo plano, mas em última análise, o desempenho terá um impacto sobre isso, não podemos trazer tantas atualizações [no final da temporada]”

Acaba atrapalhando toda uma cadeia, já que os equipamentos e recursos que poderiam ser usados para melhorar os carros com novas peças, agora precisam reconstruir o que foi pedido.

A falta de habilidade de Logan Sargeant acaba impactando nos resultados da equipe, enquanto do lado de Albon, pode ser apenas um excesso, com o piloto tentando extrair mais do que o equipamento permite e aí os erros acontecem.

O carro da Williams está longe de ser o melhor do grid e certamente é um equipamento limitado, contribuindo para atrapalhar a entrega dos competidores.

Não poderia ser um momento pior para enfrentar essas questões, já que eles estão em um processo onde é necessário avançar para melhorar a performance.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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