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Resenha: “O que Você Não Vê” um conto para refletir neste dia do Dia do Orgulho LGBTQIA+

Olá! Já tem muito tempo que não apareço aqui com resenhas sobre livros de automobilismo, mas quero retomar a coluna falando sobre este assunto. Afinal, já tive um blog onde resenhava livros e contos.

E aproveitando o Dia do Orgulho LGBTQIA+, estou aqui para apresentar o conto “O que Você Não Vê” de Cora Mestrelli.

A autora fez uma história ambientada no mundo da Fórmula 1, onde ela fala sobre a rivalidade descarada entre dois pilotos. Um brasileiro – Bruno Campos – e o outro um russo – Ivan Nikolaev. Diante das câmeras e nas pistas, os dois parecem não se suportar, os jornalistas ficam aficionados pelo próximo embate que eles vão ter, para estampar as suas matérias falando sobre dois grandes pilotos que se odeiam. A gente gosta de uma boa disputa! Obrigada campeonato de 2021, entre Lewis Hamilton e Max Verstappen.

E até aí, você deve estar se perguntando, porque escolhi para falar sobre ele, já que poderia ser uma história apenas sobre disputas. Então!

Bruno Campos é um piloto bissexual, mas obviamente ele não é assumido. O conto acaba abordando o dilema dele, principalmente sabendo que se ele se assumisse, provavelmente não teria nenhum apoio e não seria bem-visto pela Federação (FIA).

Cora Mestrelli aborda principalmente a vida dupla de Bruno Campos, mas também de Ivan Nikolaev. Dois pilotos que são rivais, mas nos bastidores namoraram. Eles não poderiam se assumir, justamente por conta de tudo que a mídia fala sobre eles. Bruno Campos, além de ser bissexual, também carrega a questão do tom da sua pele. Poucos conseguem chegar no automobilismo, por falta de dinheiro e por outras questões. Lewis Hamilton já falou sobre isso diversas vezes.

Acompanho Fórmula 1 e o automobilismo há muito tempo e tenho amigos que se sentem excluídos justamente por conta da comunidade não abordar estas questões. Além disso, eles sempre reforçam que as categorias muitas vezes não falam da causa abertamente ou se quer expressão um apoio verdadeiro.

Você se lembra do We Race as One? Pois é, ele traduz exatamente isso. A Fórmula 1 usou um símbolo para a campanha (o arco-íris), aplicou ele para a causa do Covid-19, por conta da Pandemia de coronavírus. Aproveitou para dizer que também abordaria outras causas, mas no final das contas, ficou apenas em uma campanha pautada por um adesivo. Como este símbolo é importante para aqueles que ele representa – LGBTQIA+ – muitos se sentiram ofendidos por não ver a categoria falando abertamente sobre o assunto.

Para alguns pode ser apenas um símbolo, nada de mais, galera anda muito no mimimi, mas para quem se sente ‘’nas margens’’, o apoio conta muito. Fazer parte, conta muito!

Achei o conto interessante por abordar que a Federação não veria com bons olhos pilotos que “fogem do padrão”, pois é exatamente assim que alguns da comunidade e apostos que alguns pilotos se sentem também.

Essa questão me chamou muito a atenção, então realmente gostaria que não fosse só um conto, merecia uma história completa, justamente por abordar este assunto. Ainda que alguns gostem de ler sobre o tema, e até fantasiem um romance assim no automobilismo, muitos não estão dispostos a acolher essas pessoas.

Quais comentários vocês acham que alguns pilotos receberiam se eles se assumissem?

É um conto rápido, bem escrito, ele passa voando, recomento a leitura, pelo menos para pensar no tema, refletir sobre a questão. Aproveite o Dia do Orgulho LGBTQIA+ para conhecer “O que Você Não Vê”.

Meu sentimento pós leitura foi pensar que ele merecia uma história completa, abordando as dificuldades e todo este questionamento que eu me fiz ao fazer a leitura.

Nome: O que Você Não Vê
Autora: Cora Menestrelli
Páginas: 32
Publicado: 2021
ISBN: B08VW85FDC
Disponível na Amazon

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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