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Preview do GP do Japão de Fórmula 1 – Histórias de vitórias e derrotas marcam este GP

O Grande Prêmio do Japão foi uma das últimas corridas agregadas ao calendário da Fórmula 1 e acabou sendo o palco de algumas decisões de campeonato. O autódromo Fuji Speedway foi local destinado para a realização das duas primeiras provas que ocorreram no Japão nos anos de 1976 e 1977, até ser retirado novamente do calendário, por 10 anos. Seu retorno se deu em 1987 no autódromo de Suzuka, hospedando a Fórmula 1 de forma exclusiva e ganhando a reputação de corrida mais desafiadora da temporada.

Nos anos de 1994 e 1995 o país teve duas competições, onde foram nomeadas como Grande Prêmio do Pacifico. Sete países tiveram duas competições no mesmo ano, para preencher algumas lacunas que surgiram durante a temporada.

Suzuka – Palco para os campeões • BP • Boletim do Paddock

A competição que havia se mudado para Suzuka em 1987, voltou a ocorrer por dois anos seguidos em Fuji (2007-2008), com parte de um acordo entre Toyota e Honda, mas devido à desaceleração da economia global a Toyota acabou deixando o caminho livre para que a corrida retornasse para Suzuka.

O circuito tem costume de ser o palco do triunfo de pilotos que tem mundiais na carreira, talvez seja por isso que é um dos mais reverenciados pelos pilotos. Para vários cabeças de gasolina a pista é muito especial devido as provas de tirar o folego que foram protagonizadas por Ayrton Senna nas decisões dos campeonatos de 1988, 1989 e 1990.

Ayrton Senna vence em Suzuka e conquista o seu primeiro título • BP • Boletim do Paddock

lll Fuji Speedway

A primeira edição da corrida contou com uma chuva torrencial e com vitória de Mario Andretti. Em uma corrida que decidiria a vitória do título ou para Niki Lauda ou James Hunt. Não podemos esquecer que em 1976, foi o ano do acidente de Lauda. Naquela corrida o austríaco daria apenas 2 voltas e recolheria para os boxes, vendo o seu grande rival do campeonato, que precisava apenas de um pódio para se consagrar campeão, o que ao final da corrida e após um pequeno desencontro de informações foi confirmado o triunfo de James Hunt.

No ano seguinte Hunt voltou para mais uma disputa, finalmente vencendo a corrida, mas no mesmo ano um acidente entre e Gilles Villeneuve e Ronnie Peterson, após uma colisão acabou matando dois espectadores.

Em 1978 houve a divulgação da confirmação do Grande Prêmio, mas pouco tempo depois ele seria cancelado oficialmente por motivos de segurança.

lll Suzuka

Dez anos depois da ausência da Fórmula 1 no país, a competição ganhou uma nova casa, com um circuito redesenhado pelo holandês John Hugenholtz e é propriedade da Honda e utilizado como pista de testes pela marca japonesa. Acabou ganhando o coração dos fãs por ser uma pista rápida e exigente e foi palco de vários momentos memoráveis e dramáticos ao longo da sua história.

A Curva 130R

A famosa curva 130R recebeu esse nome por causa do seu raio de 130 metros, podendo ser feita a mais de 300 km/h em sétima marcha. O pneu direito dianteiro, pode suportar o equivalente a 800 quilos de força descendente quando é realizada em à velocidade máxima.

Suzuka também é perigosa

A pista de Suzuka também é famosa por presenciar por diversas vezes acidentes terríveis, como o de Nigel Mansell em 1987 e Timo Glock em 2009 e em 2014 quando o francês Jules Bianchi da Marussia, após escapar da curva Dunlop atingiu um trator que retirava a Sauber do alemão Adrian Sutil, que rodara na pista na volta anterior o ocorrido, a tragédia gerou uma onda de revolta contra os organizadores da prova que infelizmente tomaram a decisão de colocar um trator em uma pista de alta velocidade sem ao menos colocar o Safety Car na pista. Nove meses depois do acidente a morte de Jules Bianchi foi anunciada em 17 de julho de 2015 e em meio a tantas boas disputas o autódromo carrega essa mancha de um dia muito triste para a Fórmula 1.

lll Pneus

O Japão é um dos circuitos mais populares no calendário da Fórmula 1, bem conhecido dos seus competidores por proporcionar as mais várias emoções. Para lidar com o circuito a Pirelli escolheu para este final de semana os compostos C1 (faixa branca – duro), C2 (faixa amarela – macio) e C3 (faixa vermelha – macio), pois são os melhores compostos para lidar com a energia demandada pela curva 130R. Na verdade os carros estão quase sempre executando alguma curva em Suzuka o que acaba exigindo muito dos pneus.

O asfalto em Suzuka é classificado como altamente áspero e abrasivo, o que ajuda na degradação e consumo alto dos compostos. No ano passado Lewis Hamilton foi o vencedor da prova, com apenas uma parada, utilizando o composto médio e terminando a prova com os duros.

A pista está localizada em uma área de instabilidade e o clima é o mais variável, com tufões que aparecem nesta época do ano e armam um desafio para o final de semana. A chuva pode aparecer nos mais variados momentos e com isso ela tira todo o emborrachamento, tornando a pista verde.

lll Corrida de 2018

A Ferrari facilitou as coisas para a Mercedes, Lewis Hamilton havia liderado todos os treinos livres, mas foi na classificação, no meio do chove e para, que a equipe italiana enviou Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen no momento errado e com os compostos mais errados ainda e com isso o inglês teve caminho livre para alcançar a 80ª pole da carreira.

Com Valtteri Bottas largando da segunda posição, o finlandês realizou o papel de escudeiro do time, realizando um bloqueio para as investidas de Max Verstappen que tentava chegar a primeira posição. Sebastian Vettel largou bem e de sexto subiu para a quarta posição, enquanto o holandês e o finlandês da Ferrari acabaram se tocando, rendendo uma punição de cinco segundos para o piloto da Red Bull.

Entre as voltas 4 e 8 o Safety Car esteve presente, para recolher os destroços da batida entre Kevin Magnussen da Haas e Charles Leclerc da Sauber. Na relargada Vettel foi para cima de Verstappen e foi ousado na tentativa de ultrapassagem, os dois se tocaram e o alemão foi perdendo posições na pista e com isso a batalha de Vettel pelo campeonato passava a ficar mais distante matematicamente.

Algumas ultrapassagens aqui e ali e Daniel Ricciardo que largou da décima quinta posição, terminou a prova em quarto. As paradas aconteceram nas mais variadas voltas, pois os pilotos escolheram entre os compostos médios e macios para a largada.

Lewis Hamilton venceu, seguido por Bottas e Verstappen. Ricciardo foi o quarto, com a Ferrari ocupando a quinta e a sexta posição, com Raikkonen e Vettel respectivamente. Ainda na zona de pontuação era possível ver Pérez, Grosjean, Ocon e Sainz. O inglês chegava aos 331 pontos, contra 264 do rival.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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