ColunistasFórmula 1Post

Pirelli vai investigar os estouros de pneus que ocorreram durante GP do Catar

A Fórmula 1 correu pela primeira vez em Losail, para a ocasião a Pirelli forneceu os pneus mais duros da sua gama, pois após algumas simulações, identificaram que o asfalto do circuito seria muito abrasivo para os compostos. Durante a prova disputada no domingo, três pilotos sofreram com um estouro dos compostos, enquanto apenas um deles identificou o furo e conseguiu tomar uma ação para não prejudicar a sua prova completamente.

Na pista, Valtteri Bottas foi o primeiro a ser prejudicado com o estouro, o finlandês precisou alongar o stint com os pneus médios, antes de fazer a sua parada. Na volta 33 o composto estourou, forçando o piloto a se arrastar pela pista até chegar aos boxes e instalar os pneus duros. Bottas abandonou a corrida, pois o furo desequilibrou o carro e comprometeu o seu desempenho.

Na volta 49 tivemos uma nova sequência de estouros, ocorreu primeiro com o carro de George Russel e logo em seguida com Nicolas Latifi, nos dois carros os pneus duros estavam instalados. O canadense também doi forçado a abandonar a prova, o que gerou a ativação do virtual Safety Car.

Lando Norris também entra nesta contagem, o inglês estava disputando as primeiras posições, mas a McLaren e o piloto identificaram um furo, forçando uma segunda parada o que fez Norris despencar no grid e terminar a prova na nona posição.

Valtteri Bottas teve o pneu estourado e o resultado do GP do Catar comprometido – Foto: reprodução Pirelli

A Pirelli fará uma investigação destes pneus que estouraram, para compreender o que ocorreu em Losail, mas em uma primeira vistoria, a fornecedora dos compostos, indica que eles já estavam no limite da sua vida útil.

“O dianteiro esquerdo [foi afetado] porque é o pneu mais estressado, mas não quero dizer que isso foi causado por excesso de energia ou algo assim”, disse Mario Isola, diretor da Pirelli na Fórmula 1 à Sky Sports F1 depois da corrida. “O primeiro elemento que posso compartilhar com vocês é que todos os pneus estavam bastante gastos, perto de 100%. Temos cortes nos pneus que precisamos entender se foram causados ​​antes ou depois da perda de pressão.”

Por conta da grande quantidade de curvas, os times tinham uma ideia de quais pneus sofreriam mais, entretanto, as zebras e a área externa delas também afetavam os compostos. Durante todo o fim de semana existiu uma prática de evitar passar por elas, pois os assoalhos dos carros estavam ficando bem danificados.

“Estamos aguardando os dados de telemetria das equipes. Esse é um elemento muito importante para entender se a perda de pressão foi repentina e qual foi o momento que isso aconteceu. Os pilotos conseguiram voltar aos boxes, mesmo com a perda da pressão. Estamos vendo muitos impactos por conta da alta velocidade nas zebras aqui.”

“Não é segredo que muitas equipes também sofreram danos no chassi, no assoalho, nas asas e, quando um pneu está gasto, ficam menos protegidos. Então pode acontecer que eles comecem a perder pressão e você tenha que trocar o pneu ou ele vai furar. Então, para entender o que aconteceu, nós precisamos enviá-los para Milão e investigar”, disse Isola.

No grid alguns times optaram por fazer apenas uma parada, tentando evitar aquela perda que gerada quando os carros vão aos boxes, Isola acredita que o uso excessivo deles foi um fator para gerar os estouros.

“Com certeza, tivemos algumas equipes tentando uma estratégia apenas uma parada, porque aqui é difícil ultrapassar, eles não queriam perder tempo nos boxes.”

LEIA MAIS: Pirelli testará novos pneus traseiros durante os treinos livres do GP da Áustria

“Mas a razão pela qual previmos uma estratégia de duas paradas foi principalmente por causa dos dados sobre o desgaste dos pneus que coletamos na sexta-feira, e o desgaste nos pneus dianteiros era alta. Então, hoje, por exemplo, os dois pneus do lado esquerdo estavam 100% degradados. Mas a razão pela qual tivemos apenas o furo ocorrendo na frente esquerda tem que ser investigado.”

O circuito de Losail é uma praça nova para a Fórmula 1, onde os times desconheciam o funcionamento dos pneus e a operação dos carros. Mesmo fazendo diversas simulações, quando o carro está em pista algumas informações acabam mudando, pois existe uma variação grande da temperatura, condições da pista e desempenho dos carros que precisa ser avaliada.

Pierre Gasly também teve um pneu estourado após a asa dianteira do seu carro ficar danificada, o francês estava nos instantes finais da classificação que foi realizada no sábado. 

Os pneus da Pirelli passaram por dois reforços ao longo desta temporada, para lidar com o avanço aerodinâmico dos carros. Além disso os times também tiveram que fazer modificações em seus carros para que os pneus conseguissem resistir por mais uma temporada.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!

Mostrar mais

Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo