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Novo formato de classificação e tudo o que você precisa saber antes do início da temporada 2022 da Fórmula E

Um ano antes da introdução do Gen 3, a Fórmula E está usando a 8ª temporada para implementar algumas mudanças na categoria elétrica. Em 28 de janeiro ocorre a primeira batalha de 2022, prova que será disputada em Diriyah, na Arábia Saudita.

A temporada 2020/21 foi muito especial para a categoria, apesar de passar por vários países do globo e ainda ter a intensão de expandir o seu calendário, a Fórmula E só foi reconhecida como Campeonato Mundial no ano passado.

Antes dos carros entrarem na pista, a categoria promoveu uma mudança na classificação e no tempo de duração de prova, alternativas que foram encontradas para trazer mais dinâmica para o campeonato.

Como será o formato de classificação da Fórmula E

Eles definiram uma espécie de mata-mata, composto por duas chaves, que vão avançando para as quartas de final, semifinal e a definição do pole.

Até o ano passado, a classificação era realizada em quatro grupos, em 2022, ainda será mantida a disputa de grupos na primeira fase, mas com uma mecânica diferente. Os pilotos serão divididos em dois grupos de 11 pilotos – entre posições pares e ímpares seguindo a ordem do campeonato. Eles terão dez minutos para marcar o melhor tempo, formando a segunda disputa no estilo mata-mata.

Os quatro pilotos mais rápidos de cada grupo vão avançar para a próxima fase e a disputa acontecerá desta forma:

  • 1º do Grupo A x 4º do Grupo B
  • 2º do Grupo A x 3º do Grupo B
  • 3º do Grupo A x 2º do Grupo B
  • 4º do Grupo A x 1º do Grupo B
Os vencedores da quartas-de-finais passam para as semifinais:

Semi final 1

  • Vencedor 1 x Vencedor 2

Semi final 2

  • Vencedor 3 x Vencedor 4

Os vencedores da semifinal seguem para a disputa da pole

  • Vencedor SF1 x Vencedor SF2

Confira o esquema da categoria:

O esquema da classificação da Fórmula E em 2022 – Foto: reprodução Fórmula E

Será levado em consideração os tempos alcançados nas semifinais para definir o terceiro e o quarto colocado. Assim como o tempo obtido nas quartas de final, usados para classificar do quinto ao oitavo colocado.

Os outros competidores vão aguardar para saber quem será o pole, desta forma as suas posições serão definidas. Se o pole for do Grupo A, significa que os pilotos que não foram para a segunda fase, vão ocupar as posições ímpares. Sendo assim, os pilotos do Grupo B ficaram com as posições pares.

O brasileiro e piloto da Venturi, Lucas di Grassi fez uma avaliação sobre o novo formato de classificação: “O início da sessão terá os pilotos divididos em dois grupos, mas a parte final verá os quatro melhores de cada grupo disputando duelos, um contra um. Eu acho que vai ser mais justo, pois o formato anterior penalizava demais quem estava na frente na pontuação, que acabava tendo que fazer suas voltas com a pista menos emborrachada. Testamos esse formato em Valência, e parece que vai funcionar. No entanto, só com a temporada em andamento nós veremos se serão necessários ajustes.”

O aumento de potência dos carros

Antes da introdução do Gen 3, os carros da Fórmula E já vão contar com mais potência neste ano – Foto: reprodução

O Gen 2 ganhou um aumento de potência, portanto durante a corrida os carros serão capazes de atingir os 220 kW de potência. E no Modo Ataque quando é concedido um pouco mais de potência, o aumento é de 250 kW, contra os 235 kW usados na 7ª temporada.

Sobre qual impacto essa mudança trará para a competição, Di Grassi explica:

“Teremos cerca de 10% a mais de potência nas corridas. Iremos de 200 para 220kW. Pode parecer pouco, mas em um nível de corrida isso muda muita coisa. Essa alteração terá um impacto no consumo dos pneus, especialmente os traseiros; na temperatura da bateria, que é algo que pode ser crítico, e também no consumo de energia – nós já vimos muita gente ficar sem energia ao longo destes anos de Fórmula E. Nós estudamos os possíveis cenários e testamos nossas soluções na prática durante os testes coletivos de Valência. Coletamos muitos novos dados e tivemos várias confirmações de que estamos no caminho certo. Estamos confiantes sob o aspecto técnico este ano.”

Alteração no tempo de duração da prova

As corridas da Fórmula E poderão sofrer alteração no seu tempo de duração se tivermos a interferência de um Safety Car ou bandeira amarela por todo o circuito – Foto: reprodução

O regulamento da Fórmula E precisou ser revisado, portanto a categoria fez algumas mudanças para o funcionamento das provas deste ano, principalmente após algumas crises relacionadas a falta de energia.

  • Se o Safety Car for ativado neutralizando a corrida, ou o regime de bandeira amarela por todo o circuito for estabelecido por conta de um acidente, as corridas podem contar com no máximo 10 minutos adicionais de prova – dentro de uma corrida padrão com 45 minutos mais uma volta;

A ideia é não penalizar os pilotos com a redução da energia como foi até a 7ª temporada, mas dar mais dinâmica para a prova.

  • 45 segundos são adicionados por minuto em Safety Car ou período de bandeira amarela (total em pista) neutralizar a corrida;
  • Se a interrupção da prova com SC ou bandeira amarela ocorrer depois dos 40 minutos de corrida, ele não entra para o cálculo de tempo extra;

Número de equipes inscritas no campeonato

Com a saída da Audi, o grid da Fórmula E foi reduzido para 11 equipes e 22 pilotos. A BMW deixou a categoria ao final da temporada, desta forma a Andretti Autosport seguirá sozinha no campeonato, entretanto, ainda utilizará o trem de força da BMW. A Mercedes por outro lado deve encerrar o seu ciclo na Fórmula E após o encerramento deste ano.

LEIA MAIS: Di Grassi comenta os desafios e metas para a temporada 2022 da Fórmula E com a Venturi

Calendário da Fórmula E

Fórmula E promove mudanças no calendário da 8ª temporada – Foto: Fórmula E

A 8ª temporada da Fórmula E terá 16 etapas, com seis rodadas duplas. O calendário já passou por uma alteração, onde foi necessário cancelar a corrida na China em decorrência da pandemia de Covid-19. Os campeonatos seguem analisando o curso da pandemia, atentos para possíveis mudanças do calendário.

O campeonato da Fórmula E realiza muitas corridas de rua, é da natureza da competição, entretanto, a necessidade de fechar vias, mobilizar pessoas para a montagem e a desmontagem, nem sempre se tornam viáveis, principalmente com uma pandemia acontecendo.

“Neste momento, a primeira coisa que a gente lembra é a pandemia. Então, teremos mais um ano desafiador, provavelmente. A entrada de novas pistas é importante, pois é um elemento razoavelmente desconhecido que afeta a todos e ajuda a tornar a competição mais desafiadora e interessante. De outro lado, vamos competir novamente em Roma, Berlim, Nova Iorque e Londres, além de Mônaco – centros importantes para qualquer campeonato”, disse Lucas Di Grassi.

Horários e onde acompanhar a primeira etapa da 8ª Temporada da Fórmula E

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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