ColunistasFórmula 1Post

GP da Emilia-Romagna, a terceira corrida na Itália que será disputada em Ímola

A história do circuito de Ímola acaba se emaranhando com a história do GP da Itália, como foi falado no preview sobre Monza, o Autódromo Enzo e Dino Ferrari já era utilizado para eventos fora do campeonato da Fórmula 1, pois Monza estava no calendário regular da categoria desde 1950, mas em 1980 quando este circuito histórico precisou passar por uma reforma, Ímola abrigou o GP da Itália.

O circuito de Ímola estava pronta para testes em outubro de 1952 e passou a receber corridas em 1953, a pista fica a 40 km da região da Bolonha e a 80 km da fábrica da Ferrari, em Maranello. Ele foi inaugurado como um circuito semipermanente, passando por outras alterações recebendo chicane deixando o circuito mais desafiador. O nome Autódromo Enzo e Dino Ferrari foi dado como homenagem ao fundador da tradicional escuderia italiana e ao seu filho.

Confira: Pirelli aposta em gama intermediária, mas reduz quantidade de compostos disponíveis para Ímola

Em 1963 e 1979, a Fórmula 1 realizou duas etapas no circuito, mas as corridas não fizeram parte destes campeonatos. A primeira prova contou com a vitória de Jim Clark com a Lotus, enquanto o segundo evento foi vencido por Niki Lauda com a Brabham.

Dando um salto após aquela primeira corrida ser realizada oficialmente em 1980, a Fórmula 1 optou por manter Ímola no calendário, mas poderia realizar duas corridas no mesmo país, desta forma a prova passou a ser conhecida pelo seu título honorífico, o GP de San Marino.  O nome escolhido para batizar a corrida naquela época, estava ligada ao fato de ser uma das repúblicas mais antigas do mundo, San Marino assim como o Vaticano e Mônaco é um microestado.

Confira: As várias faces dos GPs sem nome na Fórmula 1

O primeiro GP de San Marino contou com vitória de Nelson Piquet com a Brabham, Ayrton Senna repetiu a dose para o Brasil em 1988, 1989 e 1991.

Os problemas

O circuito sempre esteve nas contastes pautas levantadas sobre a segurança e principalmente à curva Tamburello, faltava espaço entre o muro de contenção e a pista. Alguns acidentes já causavam um temor com relação ao circuito, Nelson Piquet sofreu um acidente em 1987 durante os treinos. Em 1989 Gerhard Berguer bateu com a Ferrari na Tamburello, após sofrer uma falha na asa dianteira, o carro do piloto começou a pegar fogo, mas realizaram um trabalho rápido para a sua remoção. Em 1991 o acidente com Michele Alboreto foi forte, quando o piloto estava testando o Footwoork Arrows no circuito em 1991, no ano seguinte Riccardo Patrese foi a vítima durante um teste realizado com a Williams.

Acidente de Gerhard Berger durante o GP de San Marino de 1989 – Foto Reprodução

Na corrida programada para 1994, o fim de semana já começou pesado, durante os treinos de sexta-feira Rubens Barrichello sofreu um acidente na Variante Bassa, onde o brasileiro ficou inconsciente. Na classificação realizada no sábado, o austríaco Roland Ratzenberger bateu forte, a mais de 300 km / h na curva Villeneuve (que recebeu este nome pelo acidente sofrido por Gilles em 1980), o piloto morreu instantaneamente.

Após o acidente de Ayrton Senna – Foto Reprodução
Confira: O sonho de Roland

A corrida foi mantida mesmo após os acidentes, no domingo Ayrton Senna não conseguiu virar o carro e passou reto pela Tamburello, a barra de direção da sua Williams havia quebrado e o piloto bateu forte no muro de contenção. O socorro demorou para chegar, no entanto os primeiros socorros foram prestados ainda em pista, pouco depois o brasileiro foi levado de helicóptero para o Hospital na Bolonha, onde foi declarado morto.

Ainda naquele fim de semana, o acidente entre J.J Lehto e Pedro Lamy fez com que dois pneus fossem arremessados para a arquibancada, ferindo vários torcedores. Érik Comas foi salvo por Ayrton Senna em um acidente que ocorreu na Bélgica em 1992, o brasileiro passou pelo carro do francês e por conta do barulho do acelerador (já que Comas estava com o pé nele), Senna deixou o seu carro e foi ajudar o piloto, desligando o motor do carro do francês para evitar um problema maior.

Senna Ajuda Comas após acidente na Bélgica 1992 – Foto reprodução

Em 1994, quando os carros estavam sendo recolhidos por conta do acidente de Senna, Comas voltou para a pista na tentativa de descobrir alguma informação sobre Senna, existe até um vídeo do piloto sendo parado pelos fiscais, enquanto o helicóptero já estava na pista aguardando para realizar a remoção.

Os acidentes que ocorreram naquela corrida, provocaram mudanças na Fórmula 1, principalmente com relação a segurança, como o hans, o apoio de pescoço e cabeça, além da melhora do material que é escolhido para a fabricação dos capacetes. Os cockpits foram alterados para evitar o deslocamento em caso de batida. Para que as rodas não de soltem em caso de uma batida forte, foram instalados cabos que predem elas aos carros. Nos circuitos a preocupação existente com segurança e a qualidade do asfalto acabou provocando outras mudanças.

A prova é mantida no calendário

O GP de San Marino não deixou a Fórmula 1, foram realizadas modificações no traçado para diminuir a sua velocidade e reduzir o número de acidentes. Após os acidentes de Senna, a curva Tamburello recebeu uma chicane reduzindo a aceleração, a Variante Baixa, onde Barrichello bateu, deixou de ser um “s” e se tornou uma única chicane que antecede à reta principal. Aos boxes e paddock foram demolidos e totalmente reconstruídos, enquanto o pit-lane foi ampliado.

Ímola tentou retornar para a Fórmula 1 depois da sua saída em 2006, foi falado e até cogitado um revezamento com Monza, mas o outro circuito italiano garantiu a permanência da corrida e se manteve como o único a receber a corrida. Por conta da pandemia de Covid-19 a F1 optou por realizar uma corrida no Autódromo Enzo e Dino Ferrari, com outro títúlo o GP da Emilia-Romagna.

Confira a história do GP da Itália

As estátisticas de Ímola

Vitórias | Pilotos
1. Michael Schumacher – 7
2. Ayrton Senna – 3
3. Alain Prost – 3
4. Nelson Piquet – 2
5. Nigel Mansell – 2
6. Damon Hill – 2

Vitórias | Construtores
1. Williams – 8
2. Ferrari – 8
3. McLaren – 6

Vitórias | Motores
1. Renault – 8
2. Ferrari – 8
3. Honda – 4

Poles | Pilotos
1. Ayrton Senna – 8
2. Michael Schumacher – 5
3. René Arnoux – 3

Poles | Construtores
1. McLaren – 9
2. Ferrari – 6
3. Williams – 4

Poles | Motores
1. Renault – 9
2. Honda – 6
3. Ferrari – 6
4. Mercedes – 5

Melhores Voltas | Pilotos
1.Michael Schumacher – 5
2. Alain Prost – 3
3. Nelson Piquet – 2
4. Riccardo Patrese – 2
5. Gerhard Berger – 2
6. Damon Hill – 2
7. Alan Jones – 1

Melhores Voltas | Construtores
1. Ferrari – 10
2. Williams – 8
3. McLaren – 4

Melhores Voltas | Motores
1. Ferrari – 10
2. Renault – 6
3. Honda – 4

Pódios | Pilotos
1. Michael Schumacher – 12
2. Alain Prost – 6
3. Ayrton Senna – 5
4. Gerhard Berger – 5
5. Nelson Piquet – 4

Pódios | Construtores
1. Ferrari – 24
2. McLaren – 19
3. Williams – 15

Pódios | Motores
1. Ferrari – 24
2. Renault – 15
3. Honda – 13

Voltas Na Liderança | Pilotos
1. Michael Schumacher – 317
2. Ayrton Senna – 237
3. Alain Prost – 141

Voltas Na Liderança | Construtores
1. McLaren – 478
2. Williams – 465
3. Ferrari – 381

Voltas Na Liderança | Motores
1. Renault 465
2. Ferrari – 381
3. Honda – 303

Voltas Percorridas | Pilotos
1. Michael Schumacher – 794
2. David Coulthard – 685
3. Rubens Barrichello – 594

Voltas Percorridas | Construtores
1. McLaren – 2641
2. Ferrari – 2588
3. Williams – 2509

Voltas Percorridas | Motores
1. Ford Cosworth – 7683
2. Ferrari – 2918
3. Renault – 2905

 

Mostrar mais

Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo