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Ferrari comenta sobre “porpoising”, problema gerado em carros com efeito solo

Os regulamentos para a construção dos carros de 2022 trouxeram mais uma vez o efeito solo. Após dois dias de testes da pré-temporada os times se depararam com o “porpoising”, efeito que eles subestimaram na construção dos seus carros.

Quando os carros começaram a dar as suas primeiras voltas, os times notaram um efeito de gangorra (sobe e desce) nas suspensões quando estão em alta velocidade. Mesmo que nem todos os times tenham reclamado do efeito, é possível que todos estejam enfrentando o problema por conta dos novos regulamentos. Ferrari e Aston Martin falaram mais abertamente sobre essa questão.

O efeito não é nada agradável para o carro, prejudica a aerodinâmica e ainda gera perda de performance e pode causar problemas nos equipamentos pela forma como a suspensão está trabalhando. Os carros com efeito solo têm o seu assoalho bem trabalhado, a ideia é justamente empurrá-lo em direção ao chão, mas quando isso acontece, a passagem de ar fica mais rápida, conforme o ar é canalizado, além disso, o espaço para que ele passe fica cada vez menor. 

Por conta da diferença de pressão entre a superfície superior e inferior, ocorre um aumento ainda maior da atuação do downforce, até que ela pare de funcionar – é neste momento que ocorre o solavanco, pois a caga é liberada de forma abrupta, deixando a parte frontal do carro livre quando ela se desloca para cima, desta forma a passagem do ar ocorre mais uma vez pelo assoalho. O processo volta a se repetir enquanto o piloto estiver na reta. 

Durante a coletiva de imprensa em Barcelona, Mattia Binotto foi perguntado sobre esse efeito, o chefe de equipe disse: “Acho que a maioria das equipes subestimou o problema, pois estamos ‘pulando’ mais do que é o esperado. Esperávamos que a situação [do efeito solo] fosse diferente, é um processo de aprendizado. Acho que não será um problema para resolver, não é uma questão muito difícil. No entanto, não perder desempenho e manter a aerodinâmica eficiente é algo complicado”, disse Binotto.

Com a temporada dividida em duas fases, os times vão retornar para as suas fábricas e realizar algumas avaliações, promovendo mudanças em seus carros, antes de retornar para a pista e completar mais algumas voltas.

“Como Mattia disse, resolver o problema não é a maior questão, mas a eficiência será a chave, assim como a velocidade com que a equipe reagirá será a chave para as primeiras corridas”, disse Frédéric Vasseur, o chefe de equipe da Alfa Romeo.

O termo “porpoising” era muito conhecido nos anos 1970 até o início dos anos 1980, justamente por conta dos carros de efeito solo. Para este ano os engenheiros não contam com sistemas hidráulicos, algo que poderia ajudar eles na resolução do problema.

Recomendo a leitura dos artigos: What is ‘porpoising’ – and why is it causing the F1 teams a headache at 2022 pre-season running?

Porpoising: o novo velho problema da F1 2022

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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