Fórmula 1

Devaneios sobre: Fórmula 1: Dirigir para Viver

Neste texto a minha intenção não é fazer uma avaliação da série, até porque já temos um episódio do BPCast inteiramente dedicado a série da Fórmula 1 que teve a sua estreia nesta última sexta-feira (8), mas gostaria de conversar com vocês sobre outros pontos que me saltaram aos olhos.

Primeiramente foi a questão da humanidade. Muitas vezes ao assistir todas as corridas da Fórmula 1 ou de outras categorias, a gente acaba vendo-as, como meras competições. Enxergando apenas as disputas por campeonatos e títulos e esquecendo das pessoas que estão por trás de todos aqueles volantes.

É animal pensar em o que um piloto faz, quando a gente tem a chance de olhar um pouquinho melhor para o esporte. Acredito que todos que estão lendo este texto, sabem que o preparação física de um piloto é tão grande quanto o de qualquer atleta. Correr não é só entrar no carro, ligar o motor e sair… o piloto aguenta a força G atuando em todo o seu corpo. Um piloto de categorias de monopostos acaba se tornando uma única parte, a junção perfeita entre homem e máquina. assim como Kevin Magnussen disse, eles praticamente são super-heróis por algumas voltas.

Várias pessoas já questionaram se disputas de esporte a motor, podem ser consideradas esporte e depois de assistir a série minha vontade era mostrar para todos aqueles que um dia duvidaram. Experimentem correr de kart, vocês vão ver o quanto é preciso treino, dedicação e desenvolvimento para um dia ser o melhor na pista.

Psicológico

Quantas vezes você já sentiu um abalo emocional em seu trabalho por não ser reconhecido no que faz? Reflita um pouco… Bom no máximo quem vai despejar as coisas em você é seu chefe ou algum colega de trabalho. Com um piloto além da imprensa questionando ele tem vários fãs em todos os países despejando coisas neles, o tempo todo nas redes sociais. O julgamento é constante, a cobrança então nem se fala, aí você pensa mais um pouco e automobilismo também é trabalho de equipe.

Romain Grosjean da Haas que o diga, o piloto protagonizou diversas falhas ao longo de 2018, o que levou o time americano a pontuar com um único carro em algumas etapas do ano. O francês se mostrou extremamente abalado no Azerbaijão, com a cena icônica, sentado com as mãos na cabeça, chorando e para completar o final de semana, após o aquecimento de pneus na corrida perdeu o controle do carro e foi direto para o muro de contenção.

Outras formas de mexer com alguém é a força. Carlos Sainz Jr, para se provar um bom piloto, tanto em seu país quanto para o próprio pai (que também foi piloto), vivendo o fantasma de se destacar em seu legado.

O espanhol mostrou o quanto era importante para ele se posicionar à frente de Fernando Alonso (seu compatriota) e travar disputas com o espanhol. É inevitável a busca por reconhecimento até porque o outro piloto já é consagrado no automobilismo e em seu país e para Sainz Jr, tem também o fantasma de sempre ser lembrado nos autódromos a forma, pelos feitos do pai no automobilismo.

Mais uma coisa que me chamou a atenção, foi ligada à Max Verstappen, pois se por um lado tem alguns pilotos precisando se provar na categoria, por outro o holandês é/foi bombardeado pela elevação de confiança. Este lado também não é nada saudável para um piloto em crescimento de carreira.

Verstappen já provou várias vezes o quanto é bom, mas em 2018 em alguns recortes da temporada, a expressão dele chamava a atenção pelo ar de superioridade em diversas situações. Não ignorem em momento nenhum a expressão corporal de alguém, principalmente quando ela está com a boca aberta tagarelando.

Independentemente de quem seja, todos nós estamos em busca de algum momento de glória.

Representatividade Jornalística

Certeza em algum momento da sua vida você já escutou ”mãe tô na Globo”. Eu que estou na reta final da faculdade de jornalismo, já perdi as contas de quantas vezes eu escutei essa expressão, eu mesma falei inúmeras vezes em filmagens na faculdade.

É reconfortante ter um rosto conhecido nas coisas que a gente vê ou tem a chance de acompanhar. Está sensação veio forte quando consegui visualizar Livio Oricchio, Julianne Cerasoli e Guilherme Pereira, ainda que por poucos segundos na série da Netflix.

Ao ver eles me vêm duas coisas na cabeça; a primeira é que o Brasil é muito forte com os seus jornalistas, tendo um ”time” de peso no exterior para oferecer o melhor conteúdo possível para nós. A segunda foi justamente a representatividade, jornalistas fortes, aparecendo em momentos decisivos e de suma importância para a temporada passada.

Além disso Will Buxton e Chris Medland foram outros dois jornalistas escolhidos para ajudar fazer a ”ponte” entre a Fórmula 1 e o público. Nestes momentos fica claro a função do jornalista para a sociedade, o seu trabalho é aproximar o público, traduzir a realidade, transportar as pessoas para o que está acontecendo em qualquer parte.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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