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Crônicas Germânicas – A prova de redenção e decisões

 

Eu sou a Melzi, uma gatinha preta que gosta de corridas e certamente nas últimas semanas, posso afirmar sem sombra de dúvidas que ser fã de automobilismo, mas principalmente da Fórmula 1, é realmente uma coisa supeeeer legal.

Foram realizados o GP da Áustria, Inglaterra e logo depois a corrida da Alemanha e a cada semana eu dizia que aquela era a melhor prova da temporada. E de fato todas as que passaram, com as suas peculiaridades foram muito boas, mas a tensão e bagunça da última prova, foi extremamente espetacular.

Emily e eu, assistimos a classificação juntas. Os dois carros da Ferrari apresentaram problemas e não terminaram a sessão. Sobrou a ponta para a Lewis Hamilton, com uma Mercedes dividida por Max Verstappen. Logo depois a pergunta era: – O que esperar do domingo? – Certamente, passou pela minha cabeça que de fato o holandês tentaria assumir a ponta e que a confusão do pelotão da frente estaria armada.

No dia seguinte, a pista estava tomada pela chuva e eu particularmente não gosto dela, meus pelos ficam embaraçados, mas na pista, não tem coisa mais deliciosa que uma prova com o asfalto molhado! Talvez nunca tenha falado aqui, mas adoro as provas disputadas por Ayrton Senna, onde a chuva reinava e com a tocada na ponta dos dedos, o brasileiro triunfava.

Esperei para ver o brilhantismo de Lewis Hamilton na chuva, a Emily sempre cantou essa bola, sobre o inglês, mas certamente está não foi a melhor performance dele. A pista estava um sabão e em algumas curvas o carro balançava muito, completamente instável. Por fim acabei vendo ele bater e finquei minhas unhas no braço do sofá, para logo depois ser repreendida! Obviamente! Depois de inúmeras trocas de pneus e um desempenho bem aquém, Hamilton cruzou a linha de chega fora da zona de pontuação.

Sebastian Vettel, também teve a sua performance questionada antes mesmo da largada. O alemão que havia batido sozinho no GP da Alemanha de 2018, foi alvo de grande parte dos comentários, pré e pós corrida. Vettel por outro lado, lidando com os fantasmas, correu com tamanha mastreia e pericia; não sei da onde veio a inspiração, o carro de traseira solta da Ferrari não era a melhor pedida para a pista, mas o tetracampeão mostrou porque tem quatro títulos e se redimiu em casa.

Como uma boa peça, a narrativa de vários personagens foi construída no ato … Sergio Pérez bateu, assim como Charles Leclerc, Valtteri Bottas e Nico Hulkenberg; o último com chances expressivas de conquistar o primeiro pódio da carreira. Foi um entra e sai do Safety Car, por conta das batidas e dos abandonos.

A chuva ditou as trocas dos compostos, foi e voltou sem fazer nenhuma cerimônia, mas as últimas voltas foram disputadas com muita raça, em um piso misto, com áreas secas e outras úmidas.

Os pilotos e equipes arriscaram na utilização dos pneus de pista seca, quando a chuva parecia ter dado uma trégua. Aqueles que reagiram mais rápido, como Vettel, Kvyat e Stroll, sonharam com posições melhores para os últimos giros. O torpedo russo, Daniil Kvyat, também se redimiu nesta pista, foi um ótimo terceiro lugar e fiquei sabendo que a filhotinha dele nasceu. Acho que os filhos, costumam trazer sorte aos pais, naquele momento a estrela deles brilha mais forte, acredito que esse fator ajudou ele em pista; assim como Thiago Camilo no início do ano, na Stock Car.

E assim foi, Vettel que já tinha feito diversas ultrapassagens, ainda negociou espaço na pista com Stroll e Kvyat e conseguiu a segunda posição, atrás de um Max Verstappen, que pela largada ruim, não parecia ser um forte candidato para vencer aquela prova. Entretanto, nada foi convencional nesta prova, por isso as coisas tomaram outras vertentes.

Certamente escutei o discurso de Emily, sobre a prova ter sido pontuada pelas decisões tomadas nos momentos certos, em paralelo, ela falava com a amiga dela, a Rafa. E concordo com essas duas, a prova foi baseada exatamente nisso. Foi a decisão de frear um pouco depois, pegar um pouco de água para resfriar os pneus, trocar de traçado e cometer um erro… A decisão de parar antes e partir para o tudo ou nada, quando a prova parecia perdida, fez pilotos ganharem espaço que em uma condição de pista normal, não seria possível.

Certamente esta prova vai ficar na memória por muito tempo, até mesmo na memória de uma gata que começou a pouco tempo a assistir corridas, mas que ama cada uma delas, desde o momento em que aqueles carros velozes como beija-flor, surgiram em uma tela iluminada, chamada televisão.,

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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