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Cinco pontos sobre o GP da Espanha

O GP da Espanha é um marco importante para o campeonato de 2021, principalmente após a pré-temporada ser realizada no Bahrein e não na Espanha. Os times estavam ansiosos para chegar nesta pista e testarem algumas das suas atualizações aerodinâmicas e entender o que este circuito – que já é muito conhecido por eles – poderia dizer sobre os seus carros. Vamos conversar agora sobre alguns pontos:

A casa dos testes

Ainda falando sobre atualizações é importante dizer que desde os primeiros testes realizados no Bahrein alguns times estão tentando solucionar problemas que surgiram após a introdução do regulamento 2021. Mas de qualquer forma, as equipes seguem trabalhando no desenvolvimento dos seus carros, buscando a evolução. Em Barcelona, muitos times testaram atualizações que foram introduzidas em Portugal, mas também vimos mais claramente durante os treinos livres na Espanha, McLaren e Alfa Romeo utilizando o flow-vis na lateral esquerda dos seus carros.

Kimi Raikkonen – Foto: Alfa Romeo

É importante aproveitar este momento para identificar qual o melhor direcionamento para o desenvolvimento. A Espanha acaba revelando o trabalho das equipes e suas posições no campeonato, quem está realmente batalhando com quem, pois os primeiros circuitos do ano acabaram provento uma boa mistura do grid.

Uma curiosidade sobre os testes: geralmente as grades de aferição aerodinâmicas e o flow vis são espalhados na lateral esquerda do carro, por esta parte ser a matriz de nascimento, já que a parte traseira é uma cópia do lado esquerdo. Também é a parte mais testada do carro no túnel de vento, desta forma as equipes acabam executando mais testes deste lado do carro e depois comparando com os dados que havia coletando durante a simulação para gerar uma atualização.

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Alpine mesmo com problemas, está se recuperando

Falando sobre desenvolvimento, a Alpine é um time que vem adotando várias atualizações por conta do problema que teve na transição de regras, o time está tentando recuperar o tempo perdido no túnel de vento. Eles estão se recuperando, Esteban Ocon voltou a pontuar nesta prova ao terminar a corrida na nona posição.

Um marco importante, já que a Aston não pontuou em mais uma corrida da temporada 2021 pois Lance Stroll fechou a prova em P11, enquanto Sebastian Vettel foi o décimo terceiro colocado. Alpine encerra a quarta rodada com quinze pontos, separada de AlphaTauri que somou 10 pontos e Aston Martin com cinco pontos.

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Para Esteban Ocon é um momento importante, pois o francês está derrotando o seu companheiro de equipe nas disputas internas. Fernando Alonso não teve uma boa prova a estratégia muito otimista fez o espanhol despencar no grid e cruzar a linha de chegada na décima sétima posição – o espanhol também viveu o drama de não ter outro pneu médio para o restante da prova, precisou permanecer mais tempo do que o necessário na pista e completou as últimas cinco voltas da prova com os pneus macios, parecido com o que aconteceu com Max Verstappen na Red Bull.

Contudo, a mesma estratégia que não deu certo para Alonso e Verstappen, funcionou com Ocon.

Daniel Ricciardo mostra serviço

Daniel Ricciardo, McLaren MCL35M – Foto: McLaren

Muitos estão decepcionados com a atuação de Daniel Ricciardo pois esperavam uma entrega maior do australiano, mas o GP da Espanha pode ser a direção para ele seguir pelo restante da temporada, após um resultado positivo.

Nem todos os pilotos acabam apresentando um bom desempenho quando trocam de equipe, existem pilotos mais maleáveis, mas também depende muito do estilo de pilotagem de cada um deles. De qualquer forma, ele tambémestá passando por um período de integração com o time, onde os engenheiros e mecânicos precisam entender o estilo do piloto, para adequar o carro ao seu gosto – vai um tempo em todo este processo.

Daniel Ricciardo está vivendo todas estas fases com a McLaren, mas neste GP superou o companheiro de equipe, teve uma classificação melhor e uma boa prova, cruzando a linha de chegada em P6, depois de largar de P7, travando uma batalha importante com a dupla da Ferrari, um duelo que se estende para o campeonato de construtores com o time italiano se aproximando da McLaren.

Lando Norris foi atrapalhado na classificação por Nikita Mazepin, o piloto precisou queimar mias um jogo de pneus macios, o que acabou dificultando o Q3, na busca por um tempo melhor. Como o circuito espanhol não é favorável para ultrapassagens que largou de P9, terminou na oitava posição. 

AlphaTauri é uma incógnita

O time teve uma grande apresentação, Pierre Gasly conseguindo uma boa classificação e Yuki Tsunoda conquistando os seus primeiros pontos na categoria no GP do Bahrein. Contudo, nesta corrida da Espanha, vimos mais erros acontecendo – o francês parou além do colchete e foi punido com cinco segundos – Gasly largou de P12 e terminou a prova em P10, realizando uma corrida de recuperação.

Yuki Tsunoda não teve uma boa classificação, ficou pelo Q1, na corrida o japonês não teve muito tempo para se recuperar, o motor do seu carro acabou apagando e ele abandonou a prova.

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A AlphaTauri acaba se tornando uma incógnita no grid, enquanto também está pecando nos detalhes e acaba até ajudando o trabalho da Alpine neste grid tão apertado. Atualmente a equipe conta com apenas 10 pontos no campeonato de construtores.

A pista da Espanha e os carros

Não é aquela pista que gera muitas expectativas ou que faz o fã esperar uma grande prova. O circuito não proporciona muitas ultrapassagens mesmo com duas zonas de DRS. Para este ano o traçado da Catalunha passou por uma modificação, onde a curva 10 foi adaptada por motivos de segurança – principalmente para as provas da Moto GP.

As ultrapassagens ocorreram principalmente ao final da reta da curva 1, mas os pilotos dependiam da utilização do DRS para se aproximar dos adversários. A curva 10 acabou gerando alguns infortúnios, com pilotos perdendo a traseira dos carros neste techo e danificando os assoalhos na brita – ou até ficavam atolados nela. Mas a alteração não somou para a disputa.

Ainda discutimos muito se este artifício utilizado para ajudar nas ultrapassagens é bom ou não, mas de qualquer forma Barcelona deixou ainda mais evidente que os atuais carros de Fórmula 1 acabam dificultando a ultrapassagem, são largos, acabam gerando muita turbulência, é complicado andar a menos de um segundo do seu rival, pois os pneus acabam se degradando, os freios e motor sofrem com o superaquecimento… Desta forma classificar bem não se torna algo necessário para a pista de Barcelona ou para os traçados de rua, mas é a chave para todas as corridas do ano.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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