Primeiros fatos que devemos levar em consideração, naquela época McLaren e Honda eram grandes equipes e que tinham um ótimo destaque. Segundo fator, a equipe inglesa tinha a melhor dupla de pilotos e o terceiro fator é que estes dois estavam brigando pelo título.
Até aquela etapa, Ayrton Senna somava sete vitórias, contra 6 do rival. Bastava uma vitória do brasileiro para que ele se concretizasse campeão ou se não, a disputa seria levada para a última etapa do ano, em Adelaide na Austrália. Claro que ele não queria arrastar a vitória para a próxima corrida e com determinação e foco, dava sinais que aquele domingo seria dele, desde os treinos livres quando já se posicionava a 1s6 de Prost.
Na classificação, colocou a sua McLaren na pole, sendo a décima segunda vez no ano, quebrando um recorde que ninguém havia conseguido realizar em uma única temporada (e olha que hoje o povo reclama de Vettel e Hamilton, mas da época do Senna ninguém falava que isso era chato #RipSenna). No entanto, a diferença entre ele o rival, nem fora tão grande como havia acontecido nos treinos livres, Senna havia registrado 1:41:853 e Prost tinha 1:42:177, mostrando que o rival seria mais duro do que ele tinha previsto.
A largada foi uma verdadeira loucura, assim que as luzes verdes se acenderam, um verdadeiro pesadelo começava, já que Senna, que parecia que largaria bem, via o motor falhando e ficava parado e no âmbito de evitar uma colisão, levantava os braços. Acabou ficando para trás e só conseguiu fazer o carro ”pegar” porque estava em uma descida e iniciava ali uma corrida de recuperação. Senna em décimo quarto e o rival na liderança da prova: tudo parecia perdido.
Na segunda volta, Senna já era o sexto colocado e no fim da décima primeira volta já era visto em terceiro, mas ao atingir esse ápice, havia um novo dilema para lidar, o italiano Ivan Capelli que era o segundo colocado estava a 10 segundos na sua frente.
Uma leve garoa caia no circuito e os ponteiros se atrapalhavam ao executar manobras de ultrapassagem nos retardatários. Senna aproveitava para obter esses segundos perdidos que eles deixavam pelo caminho para executar a aproximação. Na décima nona volta, o brasileiro já havia chegado em Prost e Capelli e realizava a ultrapassagem no italiano, que abandonaria pouco tempo depois com problemas elétricos, e a chuva que parecia ter vindo apenas para ajudar Senna se dissipava.
Os dois pilotos da McLaren começaram a fazer uma corrida à parte do resto do pelotão. Senna aproveitava o piso molhado para perseguir o rival de perto e na vigésima oitava volta das 51 previstas, realizava mais uma ultrapassagem na corrida, se tornando o líder da prova. O bote era armado na entrada da reta dos boxes, o francês ainda tentou evitar a ultrapassagem, mas já era inevitável a perda da posição.
A perseguição de gato e rato permaneceu, até o final da corrida, mas Senna não deixava brechas para que nenhuma tentativa se concretizasse e ainda conseguiu abrir vantagem em cima do segundo colocado.
Foi uma das inúmeras apresentações brilhantes do brasileiro, um show de espetáculo de pilotagem, concentração e do piloto fantástico que ele era e se tornou na Fórmula 1. Acabou consagrando naquela corrida o seu primeiro título na história e já colocando o seu nome entre as lendas do automobilismo. Não é à toa que o Grande Prêmio do Japão e principalmente Suzuka é uma das corridas que ganha o coração de vários torcedores, já que ela tem um peso enorme para os brasileiros.
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