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23 provas? Uma competição que vai além dos três dias de atividade em pista

Tem um tempo que a Fórmula 1 está tentando adicionar mais corridas ao calendário, tentando aumentar a sua popularidade em outros países, realmente expandindo os negócios. No entanto, por conta da pandemia de Covid-19, a ideia de ter mais provas no calendário foi parcialmente atrasada.

Neste período a categoria conseguiu realizar uma temporada completa fazendo mais provas em um mesmo circuito, adicionando mais rodadas triplas, tudo para entregar o maior número de provas. Em 2018 e 2019 foram disputadas 21 provas, em 2020 (com a pandemia) a categoria realizou 17 em seis meses, para 2021 são 22 provas.

Com a temporada atual sendo concluída teremos o calendário mais longo, mas ainda não é o bastante para a Fórmula 1, portanto o saldo aumenta para 23 provas em 2022. 

O calendário do próximo ano ainda não foi oficializado, portanto ainda não temos uma prévia, mas alguns sites estrangeiros como o RaceFans apontam que a temporada 2022 deve começar no Bahrein no dia 20 de março, enquanto o seu encerramento ocorreria no dia 20 de novembro em Abu Dhabi.

Em uma entrevista para a Sky Sports F1, Stefano Domenicali informou: “O que posso antecipar é que com certeza, o calendário será feito com 23 corridas. É claro que respeitaremos muito as regras impostas pela Covid emitidos em todo o mundo por diferentes governos. Mas esse é o nosso objetivo, que a F1 possa dar este sinal de esperança de que as coisas estão voltando ao normal.”

O calendário completo deve ser informado até o final de outubro, indicando o planejamento do próximo ano. Atualmente, por conta das diversas mudanças que ocorreram, a temporada 2021 será encerrada em Abu Dhabi no dia 13 de dezembro.

O público que acompanha a categoria, certamente fica satisfeita com a quantidade de provas, mas já existem críticas com relação aos inúmeros deslocamentos realizados pela categoria e as escolhas feitas para a sua expansão.

Geralmente o calendário é formado na busca por realizar as provas na melhor época do ano que aquele local pode fornecer. Fugindo de problemas que possam acarretar um cancelamento ou a não realização do cronograma planejado para a etapa. Sabemos que é uma verdadeira loucura as diversas viagens e deslocamentos, principalmente quando começam a deixar a Europa, se dirigindo para as e Américas e o Oriente Médio.

“A ideia é garantir que haja o ritmo certo para o calendário. É claro que há considerações relacionadas aos períodos para garantir que logisticamente o fluxo de deslocamento esteja correto”, afirmou Domenicali.

No meio destas 23 etapas para 2021, a Fórmula 1 ainda acha o formato da Sprint atrativo. O CEO aproveitou para informa que para o próximo ano, o formato da Sprint Qualifying deve permanecer, mas agora, com sete ou oito eventos contando com este formato que altera toda a dinâmica do fim de semana.

“Dissemos no início do ano que haveria três testes este ano para garantir que tínhamos o plano certo para o futuro. A grande maioria dos comentários que recebemos foram superpositivos. Os promotores estão super felizes porque há algo novo e importante realizado na sexta-feira, sábado e domingo”, completou Domenicali.

Com 23 etapas, são necessários mais deslocamentos – Foto: reprodução F1

Bom, para aqueles que trabalham com a categoria e vão participar deste deslocamento, sabemos que será uma temporada bem pesada. É por isso que alguns funcionários pedem a transferência, dando preferência por permanecer na fábrica e não estar com o time em pista. É muito tempo longe de casa e da família.

De certa forma, os únicos que tem uma folga/pausa, são os pilotos, que acabam deixando a pista, seguindo para a casa, antes de retornar à fábrica ou seguir para o próximo compromisso.

Quando pensamos em 23 corridas, ou quantas etapas forem, ainda temos que levar em consideração o trabalho na fábrica (esse não para), desenvolvimento de novas peças, necessidade de buscar novas inovações, pensar na etapa seguinte, o que pode ser aperfeiçoado. A Fórmula 1, é muito mais do que três dias de ação em pista. O espírito da competição está vivo, mesmo que os pilotos não estejam se enfrentando.

O próximo ano, diante de tantas novidades como regulamento, novo carro, é até surpreendente ver que a categoria vai manter a Sprint, adicionar mais uma corrida e tentar cumprir tudo entre março e novembro.

Sobre a sustentabilidade

A Fórmula 1 está buscando um combustível mais sustentável, para reduzir a emissão de carbono em sua competição, mas também tentando chegar ao carbono zero em 2030.

Quando comecei a fazer este texto, estava pensando justamente nos deslocamentos que uma temporada maior acaba demandando. Essas mudanças constantes, viagens entre fábrica e nova corrida, ou dos pilotos que vão para as suas casas, mas acabam retornando para a fábrica trabalhando com o simulador.

LEIA MAIS: A F1 está se preparando para usar um combustível 100% sustentável nos próximos anos

Se levarmos isso em consideração que isso também gera emissão de carbono, a sustentabilidade já não se faz presente quando cada novo compromisso surge.

A gente carrega o lema “não existe corrida chata, chato é não ter corrida”, e a Fórmula 1 está realmente levando isso literalmente, principalmente a cada nova etapa que é adicionada. Em alguns momentos eles fazem com que alguns discursos se percam, principalmente quando uma nova etapa é adicionada, ou onde ela será disputada.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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